São Paulo, quinta-feira, 16 de julho de 2009

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Chance perdida

Cruzeiro desperdiça vantagens no Mineirão e vê Estudiantes celebrar Libertadores

Ricardo Nogueira/Folha Imagem
Gerson Magrão lamenta a derrota do Cruzeiro

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE

Era uma questão de Estado. O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, foi conversar com os jogadores cruzeirenses antes do jogo. Os jornais mineiros estampavam em suas capas os motivos pelos quais o time azul chegaria ao tricampeonato. E o retrospecto era amplamente favorável aos donos da casa.
Mas o sonho do Cruzeiro de ganhar sua terceira Libertadores se transformou em tragédia, ao ser derrotado pelo Estudiantes, no Mineirão, por 2 a 1. O clube argentino conquistou seu quarto título do torneio.
A partida foi protagonizada pelo meia Verón, que não fez gol, mas entrará para a história como o carrasco cruzeirense.
Pressionados, os mineiros desperdiçaram a situação favorável. Das dez vezes em que o primeiro jogo da final da Libertadores acabou sem gols -como em La Plata-, oito delas tiveram como campeão o anfitrião da segunda partida.
O Cruzeiro nunca havia perdido um jogo de final de Libertadores em casa.
Mas repetiu-se o que tem ocorrido com outros clubes brasileiros. Com maior número de clubes nas fases eliminatórias da Libertadores na última década -foram 39 classificados no período-, os times brasileiros têm falhado nas finais.
Por nove vezes, equipes do país estiveram nas finais nesta década. Mas só quando houve duelos entre equipes nacionais o título ficou no país -com São Paulo e com Internacional.
Desde o início, havia sinais de problemas. Nervosos, os brasileiros reclamavam do árbitro. E os argentinos caíam e aumentavam a irritação rival.
Os cruzeirenses ainda sentiam um ambiente de pressão diante da presença do técnico da seleção, Dunga, chamado ao estádio por Aécio Neves, que queria "estimular" os atletas com a chance de serem convocados para o time nacional.
"É o pior dia da minha vida. Dá vontade de largar tudo", disse o presidente do Cruzeiro, Zezé Perrella. Os jogadores mineiros saíram em silêncio. Os argentinos cantavam.


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