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Romário paga R$ 89 mil a ex-mulher e é solto
Ex-jogador teve que dormir no chão da delegacia
ANDRÉ ZAHAR
DA SUCURSAL DO RIO
Após passar a noite em uma
sala com mais duas pessoas e
ser obrigado a dormir no chão
da delegacia, sem colchonete, o
ex-jogador Romário, 43, deixou
a prisão ontem à tarde.
Ele passou 24 horas sob custódia da polícia, depois de ter
sido preso por atraso no pagamento da pensão alimentícia
dos filhos do primeiro casamento. A dívida liquidada ontem totalizava R$ 89 mil.
A liberação ocorreu logo após
uma audiência de conciliação
realizada no Fórum da Barra da
Tijuca (zona oeste do Rio) com
a ex-mulher Mônica Santoro,
mãe de Moniquinha, 19, e Romarinho, 15.
A filha do jogador estava presente e, segundo relatos, chegou a discutir com o pai. "É difícil uma filha e um pai discutirem uma coisa na Justiça, mas
foi tudo bem e acabou da melhor forma", disse o irmão de
Mônica, Marcelo Santoro, que
acompanhou a audiência.
A ordem de prisão valeria por
30 dias mas foi revogada depois
que Romário depositou o valor
devido. O alvará de soltura foi
expedido pelo juiz Antônio Aurélio Abi-Ramia Duarte às
16h10, após a audiência.
Romário não deu declarações ao deixar a 16ª DP (Delegacia de Polícia) na Barra da Tijuca, mas exibia um sorriso.
Conduzido ao Fórum em um
carro de polícia descaracterizado, também não falou com a
imprensa ao deixar o tribunal
numa Land Rover.
Segundo o delegado Carlos
Augusto Nogueira, o artilheiro
da seleção brasileira na Copa de
1994 passou a noite numa pequena sala com outros dois homens, também acusados de
atrasar a pensão dos filhos.
Romário foi obrigado a comer a mesma comida dos colegas -um sanduíche. Pela manhã, comeu um pão doce levado por um assessor.
O delegado disse que Romário teve que dormir no chão, em
cima de um pano. "As acomodações infelizmente não são
propícias para a pessoa dormir
de forma confortável", admitiu.
O agora dirigente do América
teria ficado chateado por perder o evento de um patrocinador - o clube apresentou na
noite de terça-feira os novos
uniformes e patrocinadores para a disputa da segunda divisão
do Campeonato Carioca.
Policiais contam que o ex-jogador reclamou das acomodações. "Isso é esculacho, eu não
mereço", teria dito.
O processo contra Romário
foi instaurado em maio. Pai de
seis filhos, já havia sido detido
por cinco horas em agosto de
2004, pelo mesmo motivo.
O advogado de Mônica Santoro, Sérgio Fisher, evitou citar
detalhes da ação atual (que corre sob sigilo da Justiça), mas indicou que o atraso nas pensões
chegava a três meses, pois só
após este prazo os juízes costumam ordenar a prisão.
Romário também teve uma
luxuosa cobertura penhorada
pela Justiça, por conta de uma
ação de R$ 5,5 milhões movida
por vizinhos, que se dizem prejudicados por um vazamento.
Fisher afirma que a medida de
prisão foi provocada por dificuldade em encontrar bens do
ex-centroavante que pudessem
ser penhorados. Ele ainda deve
R$ 1 milhão em IPTU.
Amigos de Romário dizem
que muitos dos seus bens estão
em nome de parentes, justamente para evitar que sejam
penhorados.
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