São Paulo, quinta-feira, 16 de julho de 2009

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Romário paga R$ 89 mil a ex-mulher e é solto

Ex-jogador teve que dormir no chão da delegacia

ANDRÉ ZAHAR
DA SUCURSAL DO RIO

Após passar a noite em uma sala com mais duas pessoas e ser obrigado a dormir no chão da delegacia, sem colchonete, o ex-jogador Romário, 43, deixou a prisão ontem à tarde.
Ele passou 24 horas sob custódia da polícia, depois de ter sido preso por atraso no pagamento da pensão alimentícia dos filhos do primeiro casamento. A dívida liquidada ontem totalizava R$ 89 mil.
A liberação ocorreu logo após uma audiência de conciliação realizada no Fórum da Barra da Tijuca (zona oeste do Rio) com a ex-mulher Mônica Santoro, mãe de Moniquinha, 19, e Romarinho, 15.
A filha do jogador estava presente e, segundo relatos, chegou a discutir com o pai. "É difícil uma filha e um pai discutirem uma coisa na Justiça, mas foi tudo bem e acabou da melhor forma", disse o irmão de Mônica, Marcelo Santoro, que acompanhou a audiência.
A ordem de prisão valeria por 30 dias mas foi revogada depois que Romário depositou o valor devido. O alvará de soltura foi expedido pelo juiz Antônio Aurélio Abi-Ramia Duarte às 16h10, após a audiência.
Romário não deu declarações ao deixar a 16ª DP (Delegacia de Polícia) na Barra da Tijuca, mas exibia um sorriso.
Conduzido ao Fórum em um carro de polícia descaracterizado, também não falou com a imprensa ao deixar o tribunal numa Land Rover.
Segundo o delegado Carlos Augusto Nogueira, o artilheiro da seleção brasileira na Copa de 1994 passou a noite numa pequena sala com outros dois homens, também acusados de atrasar a pensão dos filhos.
Romário foi obrigado a comer a mesma comida dos colegas -um sanduíche. Pela manhã, comeu um pão doce levado por um assessor.
O delegado disse que Romário teve que dormir no chão, em cima de um pano. "As acomodações infelizmente não são propícias para a pessoa dormir de forma confortável", admitiu.
O agora dirigente do América teria ficado chateado por perder o evento de um patrocinador - o clube apresentou na noite de terça-feira os novos uniformes e patrocinadores para a disputa da segunda divisão do Campeonato Carioca.
Policiais contam que o ex-jogador reclamou das acomodações. "Isso é esculacho, eu não mereço", teria dito.
O processo contra Romário foi instaurado em maio. Pai de seis filhos, já havia sido detido por cinco horas em agosto de 2004, pelo mesmo motivo.
O advogado de Mônica Santoro, Sérgio Fisher, evitou citar detalhes da ação atual (que corre sob sigilo da Justiça), mas indicou que o atraso nas pensões chegava a três meses, pois só após este prazo os juízes costumam ordenar a prisão.
Romário também teve uma luxuosa cobertura penhorada pela Justiça, por conta de uma ação de R$ 5,5 milhões movida por vizinhos, que se dizem prejudicados por um vazamento. Fisher afirma que a medida de prisão foi provocada por dificuldade em encontrar bens do ex-centroavante que pudessem ser penhorados. Ele ainda deve R$ 1 milhão em IPTU.
Amigos de Romário dizem que muitos dos seus bens estão em nome de parentes, justamente para evitar que sejam penhorados.


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