São Paulo, quinta-feira, 16 de julho de 2009

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Jogos Mundiais começam hoje com status de festa dos esportes "esquecidos"

GUSTAVO ALVES
MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Qual é o maior evento esportivo deste ano? Copa das Confederações? Mundial de Atletismo de Berlim? Não. Em número de participantes, o maior evento do esporte em 2009 são os Jogos Mundiais, que começam hoje em Kaohsiung (Taiwan).
Com 3.236 atletas inscritos para esta edição, a oitava, os Jogos Mundiais são uma espécie de Olimpíada que reúne esportes rejeitados pelo COI (Comitê Olímpico Internacional).
Foram criados em 1981, justamente com o objetivo de agrupar os esportes que não contam com espaço no programa olímpico.
Tem de tudo: sinuca, paraquedismo, boliche, sumô, cabo de guerra, jiu-jítsu e outros. Há ainda esportes insólitos, como tchoukball, corfebol e dragon boat. O Brasil é favorito no masculino do punhobol, espécie de vôlei praticado com os punhos.
Menos badalado, os Jogos Mundiais contam em sua maioria com atletas amadores. Segundo a organização do evento, a maior parte recebeu o apoio dos comitês olímpicos nacionais para participar do evento.
No Brasil, a situação é bem diferente. A delegação brasileira conta com 57 representantes, ou cerca de 20% do número de esportistas que foram aos Jogos de Pequim, mas o Comitê Olímpico Brasileiro ignora o evento. O Ministério do Esporte contribuiu apenas indiretamente, já que 25 deles recebem benefícios da Bolsa Atleta.
Relegados à obscuridade de seus esportes, a maioria tirou dinheiro do próprio bolso para ir aos Jogos.
O paraquedista Marat Leiras, que mora nos EUA, chegou a fazer uma "vaquinha" entre amigos. Dos US$ 3.500 arrecadados, US$ 1.600 foram gastos em passagem, e o restante, em treinos.
"Com o dinheiro que sobrou, só consegui fazer 30 saltos. Um canadense faz 150 antes de competir", afirmou.
Willian Takahiro, atleta do sumô, usou artifício parecido. Ele e outros quatro sumotoris brasileiros tiveram que arrecadar, cada um, R$ 6.000 vendendo uma rifa. "Teve atleta que gastou R$ 4.000 para poder ir", disse.
Um dos poucos privilegiados da delegação nacional é o patinador Marcel Stürmer.
Bicampeão do Pan e bronze no Mundial, o gaúcho recebeu ajuda de patrocinadores para ir à Ásia.


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