São Paulo, sexta-feira, 16 de julho de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SP agora mira cifrões para 2014

Para prefeitura e Estado, estádios são inviáveis e só congresso técnico e imprensa importam

EVANDRO SPINELLI
DE SÃO PAULO

São Paulo até quer a abertura da Copa do Mundo de 2014. Mas o que São Paulo quer mesmo é sediar o Congresso da Fifa e o centro de imprensa do mundial.
O governador Alberto Goldman (PSDB) e o prefeito Gilberto Kassab (DEM) se reúnem na próxima quarta-feira com Ricardo Teixeira, presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) para tratar do assunto.
Publicamente, São Paulo vai manter a posição de que a abertura da Copa deve ser na cidade. Como a Fifa exige um estádio com pelo menos 60 mil lugares para o primeiro jogo, duas seriam as opções: o Morumbi reformado e a construção do Piritubão.
Mas esse é apenas o jogo político. Prefeitura e Estado já sabem que os dois projetos são inviáveis e que a hora é de garantir para São Paulo o que os técnicos das equipes de turismo dos governos chamam de "eventos que realmente importam", pois trazem para a cidade pessoas com dinheiro para gastar.
Por isso é que São Paulo não abre mão do Congresso da Fifa -que reúne cerca de 2.000 dirigentes- e do IBC (International Broadcast Centre, ou centro internacional de mídia). Na Copa da África do Sul foram credenciados cerca de 13 mil jornalistas de todo o mundo.
Os jogos, avaliam os técnicos da área de turismo da prefeitura e do Estado, atraem poucos turistas, por curto período, que gastam pouco dinheiro e ainda trazem problemas de segurança para a cidade, que tem de reforçar o policiamento nas regiões dos estádios e nas concentrações de torcedores.
Já o centro de imprensa e o Congresso da Fifa, ao contrário, trazem muitos profissionais que ficam na cidade por longo período e que gastam mais dinheiro do que turistas comuns com hotéis, refeições e transporte.

APOSTA NO FRACASSO
Desde sempre a prefeitura e o Estado apostaram no fracasso do projeto do Morumbi pela dificuldade de atrair investidores para as obras, estimadas em R$ 630 milhões, que enquadrassem o estádio nas exigências da Fifa.
O apoio público ao projeto do estádio fazia parte da estratégia de brigar até o fim pela abertura da Copa de 2014 para, na hora da definição, trazer para a cidade o que o governo considera realmente importante, o Congresso da Fifa e o IBC.
Desde que a CBF vetou o projeto do estádio do Morumbi para o Mundial, no mês passado, a cidade de São Paulo não tem um estádio "oficial" para a competição. Por isso foi marcada a reunião da próxima quarta- -feira entre prefeitura, governo do Estado e CBF.


Texto Anterior: Projeto de estádio corintiano não segue as exigências da Fifa
Próximo Texto: Opção de jogos será a arena do Palmeiras
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.