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SP agora mira cifrões para 2014
Para prefeitura e Estado, estádios são inviáveis e só congresso técnico e imprensa importam
EVANDRO SPINELLI
DE SÃO PAULO
São Paulo até quer a abertura da Copa do Mundo de
2014. Mas o que São Paulo
quer mesmo é sediar o Congresso da Fifa e o centro de
imprensa do mundial.
O governador Alberto
Goldman (PSDB) e o prefeito
Gilberto Kassab (DEM) se
reúnem na próxima quarta-feira com Ricardo Teixeira,
presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol)
para tratar do assunto.
Publicamente, São Paulo
vai manter a posição de que a
abertura da Copa deve ser na
cidade. Como a Fifa exige um
estádio com pelo menos 60
mil lugares para o primeiro
jogo, duas seriam as opções:
o Morumbi reformado e a
construção do Piritubão.
Mas esse é apenas o jogo
político. Prefeitura e Estado
já sabem que os dois projetos
são inviáveis e que a hora é
de garantir para São Paulo o
que os técnicos das equipes
de turismo dos governos chamam de "eventos que realmente importam", pois trazem para a cidade pessoas
com dinheiro para gastar.
Por isso é que São Paulo
não abre mão do Congresso
da Fifa -que reúne cerca de
2.000 dirigentes- e do IBC
(International Broadcast
Centre, ou centro internacional de mídia). Na Copa da
África do Sul foram credenciados cerca de 13 mil jornalistas de todo o mundo.
Os jogos, avaliam os técnicos da área de turismo da
prefeitura e do Estado,
atraem poucos turistas, por
curto período, que gastam
pouco dinheiro e ainda trazem problemas de segurança
para a cidade, que tem de reforçar o policiamento nas regiões dos estádios e nas concentrações de torcedores.
Já o centro de imprensa e o
Congresso da Fifa, ao contrário, trazem muitos profissionais que ficam na cidade por
longo período e que gastam
mais dinheiro do que turistas
comuns com hotéis, refeições e transporte.
APOSTA NO FRACASSO
Desde sempre a prefeitura
e o Estado apostaram no fracasso do projeto do Morumbi
pela dificuldade de atrair investidores para as obras, estimadas em R$ 630 milhões,
que enquadrassem o estádio
nas exigências da Fifa.
O apoio público ao projeto
do estádio fazia parte da estratégia de brigar até o fim
pela abertura da Copa de
2014 para, na hora da definição, trazer para a cidade o
que o governo considera
realmente importante, o
Congresso da Fifa e o IBC.
Desde que a CBF vetou o
projeto do estádio do Morumbi para o Mundial, no
mês passado, a cidade de
São Paulo não tem um estádio "oficial" para a competição. Por isso foi marcada a
reunião da próxima quarta-
-feira entre prefeitura, governo do Estado e CBF.
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