São Paulo, quinta-feira, 16 de agosto de 2001

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Pressionado, São Paulo teme virar piada

EDUARDO ARRUDA
MAÉRCIO SANTAMARINA


DA REPORTAGEM LOCAL

Após uma vitória que não convenceu nem a torcida nem os dirigentes na rodada anterior do Brasileiro, o São Paulo volta a campo temendo virar piada caso seja derrotado pelo ""saco de pancadas" da competição, o Guarani, hoje, às 15h, em Campinas.
"Com certeza vai surgir piada se perdermos. Respeitamos o adversário e sabemos da nossa responsabilidade, mas quem está de fora vai fazer gozação", afirmou o atacante França, um dos mais perseguidos pelos torcedores.
O Guarani é o lanterna do Brasileiro-01. Dos quatro jogos que disputou, perdeu três (um deles por 7 a 1, para o Vasco) e empatou o outro. Com a pior defesa, fez apenas três gols e sofreu 14.
"Apesar disso, eles podem vir motivados pela mudança de treinador [Luiz Carlos Ferreira estreará no lugar de Hélio dos Anjos, demitido]", disse o técnico Nelsinho Baptista, que já começa a ser questionado pelos dirigentes são-paulinos, insatisfeitos com a performance do time desde o fracasso na decisão da Copa dos Campeões, no mês passado.
Mesmo depois da vitória de 3 a 1 sobre o Santa Cruz -que encerrou uma sequência de cinco jogos sem vencer-, no sábado passado, a torcida vaiou o time.
O diretor de futebol do clube, José Dias, que havia se reunido com Nelsinho antes da partida e exigido um bom resultado para amenizar as cobranças contra ele, voltou a falar com o treinador após o jogo para manifestar a sua insatisfação. Declarou que a vitória não encobria o mau futebol apresentado pela equipe.
O técnico nega que esteja sofrendo pressão, mas sabe que a sua situação pode se agravar caso não vença o Guarani.
"Temos de jogar como se estivéssemos em casa. Não podemos deixar que o Guarani reaja em cima de nós. O que visamos é uma sequência de vitórias, para acabarmos com esses questionamentos e termos mais tranquilidade", afirmou Nelsinho.
"Será um jogo muito perigoso. Não sabemos o que vamos encontrar pela frente", disse Kaká, que atuará no ataque ao lado de França, na vaga de Luís Fabiano, suspenso com três cartões amarelos.
Com o deslocamento de Kaká, Fábio Simplício terá nova chance no meio-campo, ao lado de Douglas. Júlio Baptista e Carlos Miguel jogarão na frente.
"O lanterna pode reagir. Quando chega um técnico novo, o astral costuma mudar. Se isso ocorrer, vamos ter que ouvir as piadas", disse o zagueiro Emerson.
"Vamos precisar de muita atenção na defesa", concordou Jean, seu companheiro de zaga.
Os são-paulinos se dizem prejudicados com a mudança de horário da partida -marcada inicialmente para as 20h30.
Além de a mudança tornar inviável a escalação do meia Leonardo e do lateral Belletti, com a seleção, a equipe teme um desgaste maior em campo.



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