São Paulo, quinta-feira, 16 de agosto de 2001

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TÊNIS

Adaptado às lentes de contato, brasileiro triunfa em partidas noturnas

"Escuridão" deixa de ser problema para Guga

DA REPORTAGEM LOCAL

A fama de líder do ranking mundial poderia ter um "efeito colateral danoso" para o brasileiro Gustavo Kuerten, mas sua adaptação às lentes de contato resolveram o problema.
Principal estrela da modalidade hoje, o tenista faria ontem, depois do fechamento desta edição, contra o israelense Noam Okun, seu 11º jogo noturno (integral ou parte deles) na temporada, uma das maiores marcas do circuito.
Isso porque Guga hoje é garantia de sucesso de público -nos torneios da ATP, os jogos noturnos acontecem de forma isolada, com ingressos cobrados a parte do resto da programação.
Na semana passada, por exemplo, no Masters Series de Cincinnati, o brasileiro protagonizou, na sessão noturna, metade de seus seis jogos que lhe deram o título da competição.
Ele também atuou na programação noturna das últimas edições do Aberto da Austrália e do Masters Series de Miami.
Até 1999, jogar à noite incomodava muito Kuerten, que é míope.
O tenista não gostava de usar lentes de contato e muitas vezes era prejudicado por isso.
Agora, finalmente adaptado ao acessório, tem ótimo aproveitamento também em partidas noturnas. Nas dez vezes que jogou com iluminação artificial na temporada, venceu oito.
"Não tenho mais problemas para jogar à noite. Estou usando lentes de contato há algum tempo. Se o jogo fosse há dois anos, talvez tivesse me atrapalhado", afirmou Kuerten na semana passada, após vencer, com muita facilidade, o croata Goran Ivanisevic.
O campeão da última edição de Wimbledon, aliás, é um dos tenistas que não gosta de jogar sem a luz do sol.
"Eu não gosto de jogar à noite. Durante o dia eu enxergo melhor. Infelizmente você não pode se negar a jogar à noite", disse o croata, após perder para Guga.
A adaptação de Kuerten aos compromissos sem luz natural começou de forma mais efetiva no final do ano passado, quando conquistou o Masters de Lisboa, até hoje seu único título em quadras cobertas.
Na oportunidade, alguns dos tenistas que disputaram a competição chegaram a reclamar da iluminação do Pavilhão Atlântico, que abrigou os jogos do torneio na capital portuguesa.
Agora, os bons resultados do brasileiro nessas condições podem ser decisivos no Aberto dos EUA, sua prioridade no segundo semestre e que marca boa parte de seus duelos mais importantes para as sessões noturnas.
Na edição 2001, inclusive, a organização do Grand Slam americano marcou a final feminina para o sábado à noite, quebrando uma tradição de sempre realizar as decisões no período da tarde. (PAULO COBOS)

NA TV - Torneio de Indianápolis, ao vivo, a partir das 13h30, na PSN



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