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AUTOMOBILISMO
Hungria recebe F-1
Chuvas atrapalham preparação para GP
FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A BUDAPESTE
As enchentes dos últimos dias
na Europa Central ameaçam
complicar a organização da F-1
em Budapeste. O rio Danúbio,
que corta a capital húngara, atingiu ontem 7,40 m e a expectativa é
que chegue a 8,50 m amanhã à
noite, provocando alagamentos.
De acordo com os institutos de
meteorologia, será o nível mais alto atingido nos últimos 40 anos.
Algumas ruas no centro, onde
estão equipes e torcedores da F-1,
já estão interditadas. O governo
também proibiu o transporte fluvial. A ilha Margaret, centro cultural e esportivo de Budapeste, foi
cercada com sacos de areia.
O setor mais atingido deve ser
Római-part, no norte da capital,
uma área ocupada por pequenas
propriedades agrícolas. O autódromo de Hungaroring, a cerca
de 15 km de Budapeste, não será
afetado. A preocupação, porém, é
com o deslocamento do pessoal
de infra-estrutura da categoria.
"Só podemos torcer para que
não chova mais nos próximos
dias", disse ontem Agnes Kaiser,
assessora de imprensa da FIA
(entidade máxima do automobilismo). "Estamos hospedados em
hotéis no centro e pudemos ver
como o Danúbio está alto."
A previsão é de tempo seco até
domingo, mas isso não deve ajudar muito. A alta do Danúbio é
causada pelo escoamento das
águas de outras regiões da Europa
-em Bratislava, capital da Eslováquia, o rio atingiu 9,61 m ontem, maior marca desde 1954.
O primeiro treino livre para o
GP da Hungria, 13ª etapa do
Mundial, acontece hoje. Amanhã,
às 8h (de Brasília), ocorre a definição do grid de largada.
"O circuito fica longe da cidade,
então as águas não serão um
grande problema para a corrida
em si. Mas fiquei muito chocado
com o que aconteceu em Dresden
e em Praga", afirmou o pentacampeão Michael Schumacher.
As duas cidades, respectivamente referências históricas da
Alemanha e da República Tcheca,
foram as mais atingidas pelas enchentes. As chuvas mataram pelo
menos 98 pessoas e deixaram cerca de cem desabrigadas.
Companheiro de Schumacher
na Ferrari, Rubens Barrichello diz
ter ficado impressionado com o
nível do Danúbio. "Venho para cá
desde 1993 e nunca tinha visto o
rio desse jeito", declarou.
Para ele, as chuvas dos últimos
dias trouxeram um desafio a mais
para os pilotos: "A pista estará
ainda mais suja do que nos últimos anos. Amanhã [hoje], vamos
ter que aprender com o carro, ver
como ele se comporta nessa situação. Vai ser bem difícil".
Neste final de semana, a Ferrari
pode conquistar, pelo quarto ano
seguido, o Mundial de Construtores. Hoje, a escuderia tem 65 pontos de vantagem sobre a Williams.
Caso mantenha essa folga após a
corrida, a escuderia italiana fechará a disputa pelo título.
Uma vitória de Schumacher ou
Barrichello no domingo, por
exemplo, bastará para a Ferrari.
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