MARCUS VINICIUS MARINHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os times com as duas maiores médias de público da Série B, Palmeiras (18.630) e Ceará (15.246), se encontram hoje, às 21h40. O que era para ser a partida com o maior número de torcedores presentes no estádio, porém, acontecerá em um acanhado local a 238 km de Fortaleza.
O palco do confronto será o estádio do Junco, em Sobral, que tem capacidade para cerca de 16 mil pessoas e fama de ter um gramado em péssimas condições.
O Ceará vinha mandando seus jogos de maior porte no Castelão, em Fortaleza, que comporta 80 mil pessoas. O clube teve esse direito suspenso por uma partida por causa de uma garrafa plástica atirada no campo no empate com a Anapolina, em julho.
O volante palmeirense Fábio Gomes, que deve voltar ao time titular hoje, jogou no Junco em 2001, pela Série C do Brasileiro. "É um dos piores campos em que eu já joguei. Os buracos vão atrapalhar", disse. O técnico Jair Picerni, por sua vez, diz temer a iluminação sobralense: "Dizem que lá é escuro e difícil de jogar à noite".
O administrador do Junco, Marcelo Catunda, diz que várias melhorias foram implementadas no começo do ano no estádio, cujo proprietário é a Prefeitura de Sobral. Ele reconhece, no entanto, que o gramado ainda não tem as melhores condições: "Não está um tapete, mas pelo menos não tem mais nenhum buraco".
Quanto à iluminação, Catunda disse que o prefeito Cid Gomes (PPS), irmão de Ciro Gomes (Integração Nacional), já fazia reformas para os jogos do time local, o Guarany, que estréia em setembro na Série C. "Quando ele soube do jogo, só mandou acelerar."
Se a mudança de local trouxe à diretoria do Ceará a perda estimada de R$ 300 mil em arrecadação, a do Palmeiras também se sente penalizada. Como não conseguiu hotel em Sobral, o time paulista viajará de Fortaleza para a cidade só duas horas antes da partida.
"Esse monte de viagens faz mal para os atletas. Por causa disso, por exemplo, poupamos o Pedrinho", disse o preparador físico do Palmeiras, Irineu Loturco.
Picerni também não terá Adãozinho, vetado, e deve promover a estréia de Gláuber, 20. "É um sonho realizado", disse o zagueiro.