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Perda de potência
EDGARD ALVES
MARCELO DIEGO
ENVIADOS ESPECIAIS A ATENAS
Pela primeira vez desde 1988, a
equipe americana masculina de
basquete foi batida em uma Olimpíada. Ontem, os EUA perderam
para Porto Rico por 92 a 73.
Na história da competição, foi
apenas a terceira derrota do país,
contra 102 vitórias. Os EUA estavam invictos em Jogos desde que
começaram a usar atletas da NBA
(a liga norte-americana profissional), em Barcelona-92.
O primeiro time de profissionais ganhou o nome de "Dream
Team" (time dos sonhos), que sobreviveu a Atlanta-96 e a Sydney-00, mas não vingou ontem.
O declínio dos EUA na modalidade na qual desfrutam a maior
fama desnuda o desempenho tímido da superpotência esportiva
após os dois primeiros dias dos
Jogos de Atenas.
Em Sydney-00, após 48 horas de
competições, os americanos já lideravam
o quadro de medalhas, com quatro ouros. Ontem, terminaram no sétimo posto,
tendo conquistado só
um ouro.
A China tinha oito
medalhas, sendo que
cinco ouros foram
obtidos em judô, tiro,
levantamento de peso e saltos ornamentais. Já todas as oito
medalhas dos americanos vinham da natação.
Mas a piscina também registrou
outros dois fracassos dos EUA.
Nos 100 m peito, o japonês Kosuke Kitajima deixou o recordista
mundial Brendan Hansen para
trás. Ele cravou 1min00s08.
No revezamento 4 x 100 m livre
masculino, o país teve a pior performance de sua história. Mais:
Michael Phelps perdeu a chance
de superar a marca de sete ouros
de Mark Spitz em Munique-1972.
O país nunca havia ficado fora
das duas primeiras posições do
pódio no evento -fora prata em
Sydney. A África do Sul sobrou na
disputa e venceu com nova marca
mundial: 3min13s17. A Holanda
veio em seguida (3min14s36). Só
o bronze restou ao "time mundial
da velocidade", como os americanos se proclamam. O quarteto do
país fez apenas 3min14s62.
Em outras modalidades, o revés
dos EUA foi consolidado antes
mesmo da chegada a Atenas. É o
caso do atletismo. Envolvidas em
escândalos de doping, algumas
estrelas ficaram fora da Olimpíada. A rede NBC, que detém os direitos de transmissão para o país,
até reduziu o tempo de exibição
das provas da modalidade.
O beisebol, outro esporte tradicional nos EUA, nem se classificou. Já o time de futebol feminino
está na Grécia, mas cedeu a condição de favorito à seleção alemã.
Na história, os EUA ganharam
22% dos ouros olímpicos. Em
Sydney, foram 13%. Em Atenas,
por enquanto, param em 4%.
Colaboraram Guilherme Roseguini e Fábio Seixas, enviados especiais a Atenas
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