São Paulo, segunda-feira, 16 de agosto de 2004

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Perda de potência

EDGARD ALVES
MARCELO DIEGO
ENVIADOS ESPECIAIS A ATENAS

Pela primeira vez desde 1988, a equipe americana masculina de basquete foi batida em uma Olimpíada. Ontem, os EUA perderam para Porto Rico por 92 a 73.
Na história da competição, foi apenas a terceira derrota do país, contra 102 vitórias. Os EUA estavam invictos em Jogos desde que começaram a usar atletas da NBA (a liga norte-americana profissional), em Barcelona-92.
O primeiro time de profissionais ganhou o nome de "Dream Team" (time dos sonhos), que sobreviveu a Atlanta-96 e a Sydney-00, mas não vingou ontem.
O declínio dos EUA na modalidade na qual desfrutam a maior fama desnuda o desempenho tímido da superpotência esportiva após os dois primeiros dias dos Jogos de Atenas.
Em Sydney-00, após 48 horas de competições, os americanos já lideravam o quadro de medalhas, com quatro ouros. Ontem, terminaram no sétimo posto, tendo conquistado só um ouro.
A China tinha oito medalhas, sendo que cinco ouros foram obtidos em judô, tiro, levantamento de peso e saltos ornamentais. Já todas as oito medalhas dos americanos vinham da natação.
Mas a piscina também registrou outros dois fracassos dos EUA. Nos 100 m peito, o japonês Kosuke Kitajima deixou o recordista mundial Brendan Hansen para trás. Ele cravou 1min00s08.
No revezamento 4 x 100 m livre masculino, o país teve a pior performance de sua história. Mais: Michael Phelps perdeu a chance de superar a marca de sete ouros de Mark Spitz em Munique-1972.
O país nunca havia ficado fora das duas primeiras posições do pódio no evento -fora prata em Sydney. A África do Sul sobrou na disputa e venceu com nova marca mundial: 3min13s17. A Holanda veio em seguida (3min14s36). Só o bronze restou ao "time mundial da velocidade", como os americanos se proclamam. O quarteto do país fez apenas 3min14s62.
Em outras modalidades, o revés dos EUA foi consolidado antes mesmo da chegada a Atenas. É o caso do atletismo. Envolvidas em escândalos de doping, algumas estrelas ficaram fora da Olimpíada. A rede NBC, que detém os direitos de transmissão para o país, até reduziu o tempo de exibição das provas da modalidade.
O beisebol, outro esporte tradicional nos EUA, nem se classificou. Já o time de futebol feminino está na Grécia, mas cedeu a condição de favorito à seleção alemã.
Na história, os EUA ganharam 22% dos ouros olímpicos. Em Sydney, foram 13%. Em Atenas, por enquanto, param em 4%.


Colaboraram Guilherme Roseguini e Fábio Seixas, enviados especiais a Atenas


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