LUÍS CURRO
ENVIADO ESPECIAL A ATENAS

Derrotada no primeiro set, a seleção masculina de vôlei recebeu um empurrão do capitão Nalbert para partir para a virada, espantar a zebra australiana, vencer por 3 a 1 (23/25, 25/19, 25/12 e 25/21) e dar o primeiro passo na chamada "missão Atenas" rumo ao ouro.
Horas antes da estréia nos Jogos, o capitão afirmou à Folha que está se despedindo da seleção após 11 anos de dedicação. O atleta, que tem o plano de atuar na praia a partir de 2005, ainda não havia anunciado quando passaria a outro a sua faixa nas quadras.
"É minha última competição, realmente. Já tracei um planejamento para Pequim-08 na praia. Será um desafio para mim."
Recuperado de uma cirurgia no ombro esquerdo, feita em março e que pôs em risco sua ida à Grécia, Nalbert não atuou ontem. Porém, de acordo com Bernardinho, teve atuação essencial para a equipe se reerguer na partida.
"O Nalbert e o Giovane foram responsáveis por fazer o time voltar ao jogo. Ficavam falando para os outros: "Vai para o ace, põe força na mão"," contou.
"Estou pronto para entrar, dar o melhor. Fora, vou dar gás para todo mundo", declarou Nalbert, 30.
No primeiro set, os saques australianos -três pontos- fizeram a diferença. Ao final da partida, após o "gás", o Brasil fez sete aces contra cinco.
Os colegas e o treinador dizem desde já que Nalbert fará falta.
"Ele é completo. Não há um jogador excelente no Brasil como ele", afirmou o oposto Anderson.
"Nalbert só não é titular porque está retornando de uma cirurgia. Com certeza, a gente vai perder muito", disse Bernardinho.
O próximo jogo do Brasil será amanhã, às 15h30, contra a Itália.


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