São Paulo, segunda-feira, 16 de agosto de 2004

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Agora falta Schumacher escolher palco do hepta

Em dobradinha com Barrichello, alemão vence na Hungria a 12ª corrida em 13 no ano, quebra mais recordes e festeja sexto título seguido da Ferrari no Mundial de Construtores

RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

Michael Schumacher, escoltado por Rubens Barrichello, liderou as 70 voltas do GP da Hungria e ajudou a Ferrari a obter o sexto Mundial de Construtores seguido.
Agora, o alemão se dá ao luxo de escolher onde quer ser heptacampeão e vive um dilema. Não sabe se opta por levantar a taça na Bélgica, dia 29, ou na Itália, duas semanas depois. Em Spa, ele venceria onde fez sua estréia na F-1, em 1991. Em Monza, poderia festejar diante dos torcedores italianos.
"As duas corridas são atraentes para vencer o campeonato. Spa significa muito para mim e fica perto da minha casa. Monza tem uma atração diferente que explica-se por si só", afirmou.
Se a opção for comemorar na Bélgica, basta a ele obter dois pontos a mais que seu companheiro para conquistar o hepta.
Mesmo se uma enorme zebra acontecer e seu principal piloto perder o título, a taça será da Ferrari. Barrichello é o único que ainda tem chances matemáticas.
O brasileiro tem cinco provas para tirar uma diferença de 38 pontos em relação ao alemão.
O domínio ferrarista em 2004 foi refletido na prova de ontem. Exatamente como Jenson Button, da BAR, previra na véspera, Schumacher, pole, e Barrichello, segundo, pularam na frente e destruíram a concorrência.
A imagem mais emblemática da superioridade da equipe na corrida e na temporada foi estrelada por Ross Brawn, responsável pelas estratégias da Ferrari. Ele, que costuma ser visto nos autódromos comendo banana, degustou uma a dez voltas do final, sem ter de se preocupar em orientar seus pilotos. Nem parecia estar numa decisão de campeonato.
A tranqüilidade na escuderia só foi quebrada antes de começarem os pits stops. Conversas entre um dos mecânicos e Brawn revelaram que algo estava dando errado. Era um problema na mangueira de combustível, que logo depois injetou um pouco menos de gasolina no carro de Barrichello.
O imprevisto não atrapalhou os planos ferraristas. Tanto que a dupla não foi ameaçada por Fernando Alonso, o terceiro. Os dois não perderam suas posições nem nas três paradas que fizeram.
Para manter a rotina, Schumacher voltou a estabelecer marcas importantes. Ele se tornou o primeiro piloto da história a vencer 12 corridas na mesma temporada -só perdeu no GP de Mônaco.
"Mais importante que isso é o fato de a Ferrari ser campeã pela sexta vez seguida. Tivemos um começo de temporada fantástico, mas continuamos trabalhando do mesmo jeito", disse Schumacher.
Ele também se isolou como o recordista de vitórias seguidas num mesmo ano: sete -Alberto Ascari venceu seis provas em 1952.
O alemão, maior ganhador da história da F-1, coleciona agora o dobro de vitórias em relação a Ayrton Senna, piloto que mais o impressionou, de acordo com suas próprias palavras. São 82 triunfos contra 41 do brasileiro.


Com agências internacionais
Colaborou Tatiana Cunha, da Reportagem Local


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