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Verba estatal é algo comum no país do futebol
DE SÃO PAULO
A pesquisa Datafolha
mostra que a maioria dos
brasileiros rejeita algo
enraizado no mais popular
esporte do país.
Ao contrário de outros gigantes do futebol, como Argentina, Espanha e Inglaterra, onde os clubes, sejam
pequenos ou grandes, mandam suas partidas, com raras exceções, em estádios
privados, o Brasil tem uma
longa tradição de apelar ao
dinheiro público para erguer seus campos.
Prova disse está na primeira divisão do Campeonato Brasileiro. Em 2010, 9
dos 20 clubes têm como casa mais comum uma arena
que pertence a governos de
Estados ou prefeituras.
A lista é composta por
Atlético-GO, Atlético-MG,
Ceará, Cruzeiro, Corinthians, Flamengo, Fluminense, Goiás e Prudente.
Número que sobe para
dez levando em conta que o
Botafogo só arrenda da Prefeitura do Rio, por um aluguel mensal que não chega
a R$ 40 mil, o Engenhão,
construído para o Pan-Americano de 2007 ao custo
de R$ 380 milhões, com investimento 100% estatal.
A prática de construir estádios com dinheiro público tomou força no país a
partira dos anos 40. Antes,
houve histórias de arenas
privadas erguidas com sacrifício, como o vascaíno
São Januário, bancado por
comerciantes portugueses.
O primeiro grande exemplo foi o Pacaembu, estádio
paulistano que teve como
principal atração da sua festa de inauguração, em
1940, o então presidente
Getúlio Vargas, que no seu
discurso exaltou "a satisfação que deviam sentir todos
os paulistas, pois o que se
via era o fruto dos esforços
dos filhos desta terra, pródiga em realizações".
Com a Europa em ruínas
por causa da Segunda Guerra, o Brasil foi designado sede da Copa de 1950.
A Prefeitura do Rio investiu pesado para erguer o
Maracanã, o "maior do
mundo", em menos de dois
anos. Perto da inauguração
dele, eram 11 mil operários
trabalhando na obra.
Mas foi na época da ditadura militar que estádios
estatais foram construídos
em escala quase recorde.
Algumas arenas que serão
remodeladas para o Mundial, como o Castelão, em
Fortaleza, e o Vivaldão, em
Manaus, são desse tempo.
Com estádios públicos,
os clubes deixam de faturar
muito -o São Paulo afirma
que a construção de camarotes no Morumbi virou
uma grande fonte de renda.
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