São Paulo, segunda-feira, 16 de agosto de 2010

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JUCA KFOURI

Questão de bom-senso


Mudar o rumo da Copa do Mundo será boa política para quem vencer a eleição presidencial


O DATAFOLHA, disparado o mais respeitado e único realmente independente instituto de pesquisa do país, mostrou dois resultados que não surpreendem neste fim de semana: o da disparada de Dilma Rousseff em direção à vitória ainda no primeiro turno e a oposição do eleitorado à ideia de investir dinheiro público na reforma ou construção de estádios para a Copa do Mundo, no Brasil, em 2014.
Que a candidata do PT, se realmente eleita, leve tamanha maioria em conta na hora de assumir as rédeas da organização do evento, até agora sob a direção apenas do Imperador Ricardo 1º, e Único. Ainda mais que no Estado onde a candidata fez sua carreira política, o Rio Grande do Sul, nada menos do que 70% dos eleitores são contra, assim como 68% dos de São Paulo, reduto do tucano José Serra.
Não surpreende ainda que mais gente no país prefira a abertura no Rio, 26% contra 23% que indicam São Paulo, resultado absolutamente normal se considerarmos que, sem dúvida, a Cidade Maravilhosa é o melhor cartão postal do Brasil -apesar dos sucessivos governos estaduais que a degradaram paulatinamente, chegando ao atual governador que é capaz de chamar um menor de "babaca" e de "otário", como revela um vídeo que faz furor na internet.
Se a pergunta for feita pelo mundo afora, a vantagem do Rio deverá ser maior. A preferência pelo Morumbi entre os que indicam São Paulo é só outra demonstração de bom-senso e sabedoria populares. A pesquisa Datafolha, com quase 11 mil entrevistas em quase 400 cidades, evidentemente é uma foto do momento político-eleitoral, francamente influenciado pelo fenômeno popular chamado Lula.
Mas é menos sujeita aos humores da população quando trata de temas como o da Copa, o que significa dizer que, se o quadro eleitoral, embora nada indique, ainda pode mudar, a opinião do povo sobre como a festa do futebol deve ser conduzida parece definitiva. Até porque foi o próprio Imperador, e cartolão mor da CBF, que disse, e escreveu nesta Folha, que esta seria a Copa da iniciativa privada.
Que assim seja, para aprovação e felicidade, se não geral, da maior parte da nação.

A RODADA
O Fluminense, ao menos, fez a parte dele em homenagem à arte de jogar futebol na semana tão bem iniciada pela seleção brasileira e continuada pelo Inter. Comandado por Conca, o Flu deu show e livrou quatro pontos sobre o Corinthians, que pode, sim, reclamar de novo pênalti não marcado.

blogdojuca@uol.com.br


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