São Paulo, terça-feira, 16 de agosto de 2011

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Na mira dos árbitros, Neymar faz temporada com mais cartões amarelos do que gols e é punido quatro vezes mais do que companheiro de zaga

LEONARDO LOURENÇO
DE SÃO PAULO

Neste Brasileiro, Neymar fez quatro jogos, saiu derrotado em todos eles. Mas em ao menos um quesito o atacante mantém 100% de aproveitamento na competição: os cartões amarelos.
Não houve uma partida sequer no torneio em que ele tenha deixado o gramado sem ser advertido pelo árbitro.
Hábito que nesta temporada se tornou mais comum ao garoto de 19 anos, principal astro do futebol no país.
Apenas em partidas pelo Santos, Neymar foi punido em 14 oportunidades.
No clube litorâneo, o camisa 11 acumula mais cartões do que gols em 2011, já que balançou as redes 13 vezes.
A fama de indisciplinado acompanha Neymar desde o início de sua carreira, em 2009, mas ele sempre compensou ao somar mais gols do que advertências.
Em 2010, levou 22 cartões, mas marcou 43 tentos. No primeiro ano como profissional, foram 14 gols e sete amarelos.
Em média, Neymar é punido com o amarelo uma vez a cada dois jogos em 2011, quatro vezes mais do que o zagueiro Durval, seu companheiro de Santos, que tem só cinco advertências como essa em 44 partidas no ano.
As "atitudes antidesportivas" justificam a maioria das punições ao atacante nas súmulas do Paulista e do Brasileiro, divulgadas na internet.
É assim que os juízes explicam cinco dos noves amarelos de Neymar nessas duas competições, inclusive o último e mais polêmico.
No sábado, na derrota para o Atlético-GO, o árbitro Sandro Meira Ricci advertiu o atacante por considerar que Neymar simulou um pênalti.
Processado na Justiça comum por Ricci por conta de uma mensagem no Twitter, como a Folha mostrou na véspera do jogo, o atleta protestou ao final do confronto. "O mérito é do juiz", disse ele, sobre os 2 a 0 para o Atlético.
A Conmebol, ao contrário da FPF e da CBF, não divulga as súmulas da Libertadores em seu site na internet.
Mas, entre os cartões de Neymar no torneio, ao menos dois têm a marca da indisciplina do jovem atacante.
Um, no primeiro duelo da final ante o Peñarol, fez Neymar acusar o paraguaio Carlos Amarilla de perseguição -o árbitro, dias antes, já o tinha amarelado em amistoso da seleção ante a Holanda.
O mais célebre, porém, é o que resultou em sua expulsão contra o Colo Colo, ao comemorar um gol com uma máscara de seu rosto distribuída por um patrocinador.
No dia seguinte, ao ser apresentado no Santos, o técnico Muricy Ramalho saiu em defesa do atacante. "Eu queria ter uns cinco problemáticos como ele no time", disse.


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