São Paulo, terça-feira, 16 de agosto de 2011 |
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Cartola faz explodir dívida do Barcelona ESPANHA Investigado no Brasil, amigo de Teixeira gasta milhões e endivida clube, prática que condenava DE SÃO PAULO Ao concluir ontem a contratação do meia Cesc Fàbregas, 24, o Barcelona se tornou o segundo clube europeu a mais gastar na atual janela de transferências de jogadores. O jogador, que defendia o Arsenal, custará € 40 milhões (cerca de R$ 93 milhões) ao clube catalão, que já havia torrado outros € 30 milhões (R$ 70 milhões) para contratar o chileno Alexis Sanchez, da italiana Udinese. Fàbregas foi formado nas categorias de base do próprio Barcelona, mas foi para o Arsenal com 16 anos. Ele foi reserva de Xavi e Iniesta na seleção espanhola campeã do mundo em 2010 e deve ser reserva também no time treinado por Josep Guardiola. Assim, o Barcelona só fica atrás do Paris Saint-Germain em gastos para a temporada. O clube francês recebeu uma injeção de dinheiro do grupo Qatar Sports Investments e já torrou € 83,5 milhões (R$ 192,5 milhões) nesta janela. Ao gastar dessa forma, o presidente Sandro Rosell adota a prática que ele mais condenou durante a campanha que o levou à presidência do clube, há um ano. Na ocasião, o cartola chegou a criticar a contratação -feita por seu antecessor, Joan Laporta- do atacante David Villa, hoje um dos principais astros do time. Nesta janela, o clube arrecadou "apenas" R$ 47 milhões com a venda de jogadores -negociou os jovens Bojan, Jeffren e Romeu. Ou seja, a "balança comercial" do Barcelona está em R$ 145 milhões negativos. Ao fim da última temporada, antes das recentes negociações, portanto, o vice de finanças do Barcelona, Javier Faus, afirmou que a dívida do time estava em € 483 milhões (mais de R$ 1,1 bilhão) e que o ideal para o clube seria gastar pouco na janela seguinte de transferências -a atual. "Se não reduzirmos a dívida, em breve o Barcelona vai pertencer aos bancos", avisou Faus, que critica a diretoria anterior por dívidas herdadas e contratações erradas. Tanto que o Barcelona processa o presidente anterior, Joan Laporta, exigindo € 47,6 milhões (R$ 110 milhões). No final do ano passado, Rosell tomou uma de suas ações mais polêmicas como presidente do Barcelona: vendeu espaço na camisa do time para a Qatar Foundation. O contrato por seis temporadas, que vai render R$ 380 milhões aos cofres do clube, foi duramente criticado por Johan Cruyff, ex-jogador, ex-técnico e eterno ídolo do Barcelona. "Já não é 'mais que um clube', é só um clube a mais", disse o holandês, em alusão ao slogan da equipe. "Nosso clube é um barco que navega bem, mas que tem vários furos no casco", respondeu Rosell na ocasião. SOB SUSPEITA A Ailanto, uma das empresas de Rosell, é investigada pelo Ministério Público do Distrito Federal por irregularidades na organização de um amistoso da seleção brasileira contra Portugal, em 2008. No mês passado, reportagem da Folha revelou que a Ailanto também esteve envolvida na nebulosa negociação de um jato entre TAM e CBF. Rosell, que já foi chefe da Nike no Brasil, é um dos dirigentes mais próximos de Ricardo Teixeira, de quem foi padrinho de casamento. Texto Anterior: Somos líderes por sorte, diz goleiro Próximo Texto: Polícia apura gastos e lucro de partida no DF Índice | Comunicar Erros |
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