São Paulo, domingo, 16 de agosto de 1998

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50 anos de medalha no basquete

LUÍS CURRO
da Reportagem Local

Há exatamente 50 anos, no dia 13 de agosto de 1948, o Brasil conquistava sua primeira medalha olímpica em esportes coletivos.
Foi na Olimpíada de Londres, na Inglaterra, com o basquete masculino, que derrotou o México e conquistou a medalha de bronze.
Em 1920, o país havia ganho suas primeiras medalhas, no tiro. Um ouro, com Guilherme Paraense, uma prata, com Afrânio Costa, e um bronze, na pistola livre por equipe (cada um atirava de maneira individual, apesar de somar pontos em grupo).
Para tentar retratar da maneira mais fiel possível o dia-a-dia da seleção de basquete nos Jogos de 48, a Folha relata os acontecimentos descritos por um dos integrantes do time, o técnico Moacyr Daiuto.
Daiuto manteve um diário desde a saída da seleção até a volta dele ao Brasil, cerca de um mês após o fim da Olimpíada (os jogadores retornaram no dia 19 de agosto, mas ele ainda viajou pela Europa).
Em seus textos, ele informa sobre as instalações brasileiras, justas porém distantes da quadra de jogo, sobre uma Londres em parte destruída pela Segunda Guerra, sobre o (pouco) contato com outras delegações, sobre os treinamentos e a expectativa para os jogos, sobre a campanha vitoriosa (apenas uma derrota), apesar dos problemas de contusão.
Segundo Daiuto, o lema da seleção naquela Olimpíada era: "Com Deus e pelo Brasil".
O treinador refere-se várias vezes a Wally, sua primeira mulher. A conquista foi dedicada a ela e aos brasileiros, cujos telegramas que chegavam até o alojamento eram pregados em uma parede.
Após a morte de Wally, ele voltou a se casar, em 86, com Loyde del Nero, hoje com 72 anos.
Nascido em Altinópolis (370 km ao norte de São Paulo), Daiuto formou-se em educação física.
Como treinador, foi campeão paulista oito vezes (sete com o Corinthians e uma com o Sírio) e campeão brasileiro três vezes (todas pelo Corinthians). Na seleção brasileira, além do bronze na Olimpíada de 48, como assistente técnico foi campeão mundial em 63 e vice mundial em 70.
Autor de vários livros sobre basquete, Daiuto morreu em 1995, aos 75 anos, de câncer.



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