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FUTEBOL
Time viaja hoje para Mundial com 7 atletas que ainda não têm 20 anos
Teens põem Brasil como caçula da Copa feminina
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A seleção brasileira feminina,
que embarca hoje para a competição, é a equipe mais jovem das 16
que disputam, a partir de sábado,
nos EUA, a Copa do Mundo.
Em média, as 20 jogadoras chamadas pelo técnico Paulo Gonçalves têm 21,5 anos. Na concorrência, quem chega mais perto dessa
marca é o time do Canadá, com
média de 23 anos.
Nenhuma outra seleção tem
tantas jogadores adolescentes como a brasileira. Sete das convocadas ainda não completaram 20
anos, incluindo destaques do time, como a meia-atacante Marta,
17, e a atacante Daniela, 19.
Forças do futebol feminino nem
pensam em disputar o Mundial
com tantas adolescentes. Nenhuma jogadora dos EUA, que tentam o terceiro título da competição, têm menos de 20 anos.
O Brasil vai em busca de seu primeiro mundial sem veteranas
-nenhum jogadora passou dos
30. Só as asiáticas de Japão e Coréia do Norte também não contam com trintonas.
Entre os homens, o Brasil nunca
está entre os mais jovens nas Copas. No Mundial da França, em
1998, por exemplo, 19 seleções
eram mais novas do que a comandada por Zagallo.
O perfil jovem do atual time
brasileiro difere do de outras participações. Na última edição do
Mundial feminino, em 1999, também nos EUA, a principal estrela
da equipe era a meia-atacante Sissi, então com 32 anos.
Para se sair bem em campos
americanos, as meninas brasileiras terão que descontar a diferença de experiência e porte físico.
Em um país em que o futebol feminino no plano de clubes quase
não existe, as brasileiras só contam praticamente com a seleção
para ficar em atividade.
A base do grupo atual tem uma
longa trajetória. Com Marta e Daniela, o país ficou com o quarto
lugar do Mundial sub-19 do Canadá no ano passado. Recentemente, o time ganhou a medalha de
ouro nos Jogos Pan-Americanos
de Santo Domingo.
Além da desvantagem na experiência, as brasileiras ainda terão
pela frente adversárias mais altas
e fortes. Com média de 1,67 m, o
grupo brasileiro é o quinto mais
baixo da competição dos EUA.
Todas as favoritas ao título, incluindo chinesas e americanas,
são mais altas.
Jogadas de choque, em que a
massa muscular também é essencial, serão um tormento para o leve time brasileiro. Em média, cada jogadora da seleção administrado pela CBF pesa 60 kg. As alemãs, outras que aparecem com
boas chances, têm um peso médio
que bate nos 64 kg.
Estréia
O Brasil faz seu primeiro jogo
no domingo, em Washington,
contra a Coréia do Sul.
Depois, no complemento da
primeira fase, enfrenta Noruega e
França. As duas primeiras colocadas de cada chave avançam às
quartas-de-final.
A equipe viaja ainda sem cicatrizar a polêmica convocação da
meia Milene, mulher do atacante
Ronaldo. Chamada para dar visibilidade ao time durante os treinos, ela acabou na lista definitiva,
desagradando jogadoras que estavam há mais tempo no grupo.
Milene pôs mais lenha na crise
ao criticar os métodos de trabalho
do técnico Paulo Gonçalves.
Problemas financeiros também
atrapalham as jogadores. Três
convocadas estão hoje sem clube.
Outras duas, que atuam na liga
profissional dos EUA, devem seguir o mesmo caminho.
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