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São Paulo, terça-feira, 16 de setembro de 2003

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FUTEBOL

Time viaja hoje para Mundial com 7 atletas que ainda não têm 20 anos

Teens põem Brasil como caçula da Copa feminina

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A seleção brasileira feminina, que embarca hoje para a competição, é a equipe mais jovem das 16 que disputam, a partir de sábado, nos EUA, a Copa do Mundo.
Em média, as 20 jogadoras chamadas pelo técnico Paulo Gonçalves têm 21,5 anos. Na concorrência, quem chega mais perto dessa marca é o time do Canadá, com média de 23 anos.
Nenhuma outra seleção tem tantas jogadores adolescentes como a brasileira. Sete das convocadas ainda não completaram 20 anos, incluindo destaques do time, como a meia-atacante Marta, 17, e a atacante Daniela, 19.
Forças do futebol feminino nem pensam em disputar o Mundial com tantas adolescentes. Nenhuma jogadora dos EUA, que tentam o terceiro título da competição, têm menos de 20 anos.
O Brasil vai em busca de seu primeiro mundial sem veteranas -nenhum jogadora passou dos 30. Só as asiáticas de Japão e Coréia do Norte também não contam com trintonas.
Entre os homens, o Brasil nunca está entre os mais jovens nas Copas. No Mundial da França, em 1998, por exemplo, 19 seleções eram mais novas do que a comandada por Zagallo.
O perfil jovem do atual time brasileiro difere do de outras participações. Na última edição do Mundial feminino, em 1999, também nos EUA, a principal estrela da equipe era a meia-atacante Sissi, então com 32 anos.
Para se sair bem em campos americanos, as meninas brasileiras terão que descontar a diferença de experiência e porte físico.
Em um país em que o futebol feminino no plano de clubes quase não existe, as brasileiras só contam praticamente com a seleção para ficar em atividade.
A base do grupo atual tem uma longa trajetória. Com Marta e Daniela, o país ficou com o quarto lugar do Mundial sub-19 do Canadá no ano passado. Recentemente, o time ganhou a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo.
Além da desvantagem na experiência, as brasileiras ainda terão pela frente adversárias mais altas e fortes. Com média de 1,67 m, o grupo brasileiro é o quinto mais baixo da competição dos EUA. Todas as favoritas ao título, incluindo chinesas e americanas, são mais altas.
Jogadas de choque, em que a massa muscular também é essencial, serão um tormento para o leve time brasileiro. Em média, cada jogadora da seleção administrado pela CBF pesa 60 kg. As alemãs, outras que aparecem com boas chances, têm um peso médio que bate nos 64 kg.

Estréia
O Brasil faz seu primeiro jogo no domingo, em Washington, contra a Coréia do Sul.
Depois, no complemento da primeira fase, enfrenta Noruega e França. As duas primeiras colocadas de cada chave avançam às quartas-de-final.
A equipe viaja ainda sem cicatrizar a polêmica convocação da meia Milene, mulher do atacante Ronaldo. Chamada para dar visibilidade ao time durante os treinos, ela acabou na lista definitiva, desagradando jogadoras que estavam há mais tempo no grupo.
Milene pôs mais lenha na crise ao criticar os métodos de trabalho do técnico Paulo Gonçalves.
Problemas financeiros também atrapalham as jogadores. Três convocadas estão hoje sem clube. Outras duas, que atuam na liga profissional dos EUA, devem seguir o mesmo caminho.


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