São Paulo, terça-feira, 16 de setembro de 2008

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Sem Kaká, Europa abre espaço para Cacá tentar crescer

Meia-atacante do Aalborg espera chamar mais a atenção e brilhar na Copa dos Campeões sem o famoso "homônimo'

Único brasileiro do time dinamarquês, o ex-jogador do Atlético-MG nasceu em 1982 e tem irmão boleiro, igual ao melhor do mundo


DA REPORTAGEM LOCAL

Ele nasceu em 1982, é meia-atacante com passagem vitoriosa pela seleção, tem irmão que joga profissionalmente, foi à Europa pouco após despontar no Brasil. Desde pequeno é chamado de Cacá. Só que não é o Kaká, é o Cacá, 25, do Aalborg, que jogará a Copa dos Campeões.
(RODRIGO BUENO)

 

FOLHA - Esta é sua primeira Copa dos Campeões?
CACÁ
- É sim, joguei a Copa da Uefa na temporada passada.

FOLHA - Alguma sensação especial em jogar esse torneio?
CACÁ
- Para mim, depois da Copa, é o torneio mais importante, pois tem os maiores clubes da Europa. É uma liga que o coloca na vitrine. É uma sensação muito boa de dever cumprido, de trabalho bem-feito.

FOLHA - Por que o apelido Cacá?
CACÁ
- Vem de criança. Em casa, somos seis irmãos, e todos têm apelido diferente do nome [o dele é Lucas de Deus Santos].

FOLHA - Sabia que o Kaká era Cacá no início? Já pensou em mudar?
CACÁ
- Não sabia. Sempre fui assim [Cacá] desde que comecei. Não tenho por que mudar.

FOLHA - Já enfrentou o Kaká?
CACÁ
- Nunca. Nasci no ano dele [1982]. Joguei duas Copas São Paulo contra o São Paulo, mas, contra ele, não joguei.

FOLHA - Joga na posição dele?
CACÁ
- Sempre joguei de meia-atacante, mas aqui, como não se usa muito e eles jogam com duas linhas de quatro, tenho jogado mais como ponta-direita.

FOLHA - Você tem outras semelhanças com o Kaká. Seu irmão também joga na Europa... É religioso?
CACÁ
- Tenho sim. O Dedê joga no Borussia Dortmund [Digão é o irmão boleiro de Kaká]. Freqüento igreja, mas não sou praticante. Quando estou no Brasil, vou mais em igreja católica [Kaká é fervoroso evangélico].

FOLHA - Acha que uma Copa dos Campeões sem os brasileiros mais famosos pode dar espaço a outros?
CACÁ
- Lógico. Se fizer o trabalho bem-feito, jogando na Copa dos Campeões, você aparecerá para o mundo todo.

FOLHA - Fale um pouco de sua carreira [foi campeão mundial sub-17 com o Brasil em 1999].
CACÁ
- No Brasil, joguei no Sport, pouco no CRB. Minha base toda foi no Atlético-MG.

FOLHA - Como é o Aalborg?
CACÁ
- Estrutura legal, CT com seis ou sete campos, estádio bem legal. Eu o coloco na Dinamarca como o terceiro clube.

FOLHA - Há muitos jogadores brasileiros na Dinamarca?
CACÁ
- Deve ter de 10 a 15.

FOLHA - O que acha do grupo do seu time na Copa dos Campeões?
CACÁ
- O Manchester é um dos maiores do mundo, o Celtic tem história muito legal, e o Villarreal tem grandes jogadores. Mas futebol é dentro de campo. Se achar que as coisas podem acontecer para o lado positivo, há chance. Todo ano há surpresa de time pequeno que chegou.

FOLHA - Acha que pode mudar de país e clube se brilhar no torneio?
CACÁ
- Sim. É uma liga que pode em seis meses tornar grande um time pequeno. Se eu fizer dois ou três jogos bons, poderei ir para uma liga melhor.


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