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Sem Kaká, Europa abre espaço para Cacá tentar crescer
Meia-atacante do Aalborg espera chamar mais a atenção e brilhar na Copa dos Campeões sem o famoso "homônimo'
Único brasileiro do time dinamarquês, o ex-jogador do Atlético-MG nasceu em 1982 e tem irmão boleiro, igual ao melhor do mundo
DA REPORTAGEM LOCAL
Ele nasceu em 1982, é meia-atacante com passagem vitoriosa pela seleção, tem irmão
que joga profissionalmente, foi
à Europa pouco após despontar
no Brasil. Desde pequeno é
chamado de Cacá. Só que não é
o Kaká, é o Cacá, 25, do Aalborg,
que jogará a Copa dos Campeões.
(RODRIGO BUENO)
FOLHA - Esta é sua primeira Copa
dos Campeões?
CACÁ - É sim, joguei a Copa da
Uefa na temporada passada.
FOLHA - Alguma sensação especial
em jogar esse torneio?
CACÁ - Para mim, depois da
Copa, é o torneio mais importante, pois tem os maiores clubes da Europa. É uma liga que o
coloca na vitrine. É uma sensação muito boa de dever cumprido, de trabalho bem-feito.
FOLHA - Por que o apelido Cacá?
CACÁ - Vem de criança. Em casa, somos seis irmãos, e todos
têm apelido diferente do nome
[o dele é Lucas de Deus Santos].
FOLHA - Sabia que o Kaká era Cacá
no início? Já pensou em mudar?
CACÁ - Não sabia. Sempre fui
assim [Cacá] desde que comecei. Não tenho por que mudar.
FOLHA - Já enfrentou o Kaká?
CACÁ - Nunca. Nasci no ano
dele [1982]. Joguei duas Copas
São Paulo contra o São Paulo,
mas, contra ele, não joguei.
FOLHA - Joga na posição dele?
CACÁ - Sempre joguei de meia-atacante, mas aqui, como não
se usa muito e eles jogam com
duas linhas de quatro, tenho jogado mais como ponta-direita.
FOLHA - Você tem outras semelhanças com o Kaká. Seu irmão também joga na Europa... É religioso?
CACÁ - Tenho sim. O Dedê joga
no Borussia Dortmund [Digão
é o irmão boleiro de Kaká]. Freqüento igreja, mas não sou praticante. Quando estou no Brasil, vou mais em igreja católica
[Kaká é fervoroso evangélico].
FOLHA - Acha que uma Copa dos
Campeões sem os brasileiros mais
famosos pode dar espaço a outros?
CACÁ - Lógico. Se fizer o trabalho bem-feito, jogando na Copa
dos Campeões, você aparecerá
para o mundo todo.
FOLHA - Fale um pouco de sua carreira [foi campeão mundial sub-17
com o Brasil em 1999].
CACÁ - No Brasil, joguei no
Sport, pouco no CRB. Minha
base toda foi no Atlético-MG.
FOLHA - Como é o Aalborg?
CACÁ - Estrutura legal, CT com
seis ou sete campos, estádio
bem legal. Eu o coloco na Dinamarca como o terceiro clube.
FOLHA - Há muitos jogadores brasileiros na Dinamarca?
CACÁ - Deve ter de 10 a 15.
FOLHA - O que acha do grupo do
seu time na Copa dos Campeões?
CACÁ - O Manchester é um dos
maiores do mundo, o Celtic
tem história muito legal, e o Villarreal tem grandes jogadores.
Mas futebol é dentro de campo.
Se achar que as coisas podem
acontecer para o lado positivo,
há chance. Todo ano há surpresa de time pequeno que chegou.
FOLHA - Acha que pode mudar de
país e clube se brilhar no torneio?
CACÁ - Sim. É uma liga que pode em seis meses tornar grande
um time pequeno. Se eu fizer
dois ou três jogos bons, poderei
ir para uma liga melhor.
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