São Paulo, sexta-feira, 16 de setembro de 2011

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Machucado

Lesões tiram Ganso do Santos por mais de cinco meses em 2011, quebram sequência na seleção e inibem interesse de europeus

LEONARDO LOURENÇO
DE SÃO PAULO

Quando voltar a campo, recuperado de mais uma lesão, o meia Paulo Henrique Ganso, terá somado mais de cinco meses de ausência no ano.
Apontado como o principal jogador de meio-campo brasileiro, o atleta do Santos vive uma temporada em que passa mais tempo se curando do que vestido com a camisa 10 do clube do litoral.
Com uma contusão de gravidade média no músculo posterior da coxa esquerda, sofrida há 11 dias em amistoso da seleção contra Gana, a expectativa é que sua recuperação dure outros 34 dias.
É o mesmo período que ele precisou para voltar a jogar depois de ter constatada uma lesão de mesma gravidade na coxa direita, em maio.
Ganso entrou em 2011 "baleado" -passou por cirurgia em agosto de 2010 para corrigir um rompimento do ligamento anterior do joelho esquerdo. Só retornou aos gramados no dia 12 de março, quando marcou um gol na vitória sobre o Botafogo-SP.
A boa apresentação deu aos torcedores a esperança de rever em campo o jogador que atuava como o cérebro do time e companheiro perfeito do astro Neymar em 2010.
Mas a alegria durou pouco: 58 dias. No jogo de ida das finais do Paulista, Ganso, 21, sentiu dores na coxa e foi substituído por Alan Patrick.
Voltaria um mês e meio depois, na decisão da Libertadores, contra o Peñarol.
Dali até a nova contusão, mais 76 dias, período em que foi criticado e perdeu a vaga de titular da seleção.
"De certa maneira, é uma infeliz coincidência", disse o ortopedista José Ricardo Pécora, responsável pela operação no joelho de Ganso.
"Ele foi muito bem preparado, fez reforço. Mas lesões musculares são imprevisíveis, não têm fator causal. Um capricho num movimento pode gerar [a contusão]."
O mais provável é que o novo retorno de Ganso aconteça no duelo ante o Flamengo, dia 23 de outubro. Se a previsão se confirmar, o meia terá sido desfalque em 62% das partidas do Santos na temporada -esteve em só 26 jogos.
Ele também perderá os três próximos amistosos da seleção brasileira, contra Argentina, Costa Rica e México.
"É ruim para nós, que perdemos um grande atleta, e um prejuízo para ele, porque perde espaço na seleção", afirmou o treinador do Santos, Muricy Ramalho.
O prejuízo causado pelas lesões, porém, vai além das questões esportivas.
Ganso tem sua carreira gerenciada pelo grupo DIS, que vive litígio com o Santos. Pela relação ruim de seus agentes com o clube, especulou-se, mesmo enquanto o meia esteve machucado, que clubes europeus fariam ofertas para tirá-lo da Vila Belmiro.
Mas enquanto Neymar, que já fez 52 jogos no ano, continua como alvo dos estrangeiros, nenhuma proposta oficial foi feita por Ganso.


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