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São Paulo, quinta-feira, 16 de outubro de 2003

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AÇÃO

Previsões

CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA

Pouco antes do início da oitava etapa do Mundial de surfe, o WCT, na França, o atual líder Andy Irons declarou que o homem a vencer na busca do bicampeonato era Taj Burrow, desviando o foco do seu rival mais direto, Kelly Slater, vice-líder.
Não por acaso os três ficaram entre os quatro finalistas do Quiksilver Pro France, com Slater sendo surpreendido e batido por uma diferença mínima pelo estreante Phillip Mac Donald na primeira semifinal, e Irons, materializando suas premonições, derrotando Burrow.
No final, a experiência do havaiano prevaleceu sobre Mac Donald, que fazia sua primeira final.
Com a vitória, Irons abriu mais de 700 pontos (6.960 x 6.228) sobre Slater e seguiu tranquilo para Mundaka, na Espanha, onde a nona etapa está em andamento.
Campeão da prova no ano passado, quando vingou, na final, a derrota para o brasileiro Neco Padaratz na etapa anterior, Irons acabou sendo surpreendido.
Um acordo entre surfistas e organizadores da prova aboliu a repescagem, comum em todas as etapas (exceto em Pipeline). Ficou definido que o primeiro e o segundo colocados da primeira fase iriam adiante, e o último cairia.
Na terça, o Billabong Pro teve início, e Irons, assim como Neco (campeão e vice da prova em 2002), já está fora. Irons perdeu para o local Nate Yeomans e para o mesmo Mac Donald, que o ajudou ao bater Slater e a quem ele havia superado três dias antes para obter a quarta vitória no ano.
"Eu tenho certeza de que Kelly ou Taj vão vencer este evento agora", disse Irons após a prematura desclassificação. A prova ontem estava interrompida por falta de swell, e não faltou reclamação dos atletas devido à inconstância das ondas no País Basco.
Nos próximos dias, saberemos se Irons continua bom de previsões. Na medida em que Slater e Burrow avançarem na etapa, diminuirá a diferença deles para o líder e aumentará a expectativa para as três etapas decisivas: o Nova Schin Festival, no Brasil, a partir do dia 27 em Santa Catarina, Sunset e Pipeline, no Havaí.
Para os brasileiros, a chance de recuperação na temporada vai diminuindo. Só quatro dos nove brasileiros no Tour estão entre os 27 que garantem classificação para 2004, o melhor deles, Paulo Moura, apenas na 21ª posição.
Em compensação, como tradicionalmente acontece no ranking de acesso, o WQS, temos boas chances de emplacar cinco ou seis atletas e fazer o campeão, pela sexta vez em 12 edições. Neco Padaratz lidera com certa folga, e a próxima etapa, o Onbongo Pro Surfing, acontece em seu quintal, a Joaquina, em Florianópolis, promovida por seu patrocinador.
As duas provas do Tour, da primeira e da segunda divisões, que ocorrem em Santa Catarina serão decisivas para os rankings. Além disso, a do WCT marca a estréia do atleta Teco Padaratz, há 15 anos no circuito e dois títulos no WQS, na organização de eventos.
Após a perda do prazo para a reserva da etapa, que sempre ocorreu no Rio, por pouco não ficamos sem prova neste ano. Teco foi decisivo para a sua realização.

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