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AÇÃO
Previsões
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
Pouco antes do início da oitava etapa do Mundial de
surfe, o WCT, na França, o atual
líder Andy Irons declarou que o
homem a vencer na busca do bicampeonato era Taj Burrow, desviando o foco do seu rival mais direto, Kelly Slater, vice-líder.
Não por acaso os três ficaram
entre os quatro finalistas do
Quiksilver Pro France, com Slater
sendo surpreendido e batido por
uma diferença mínima pelo estreante Phillip Mac Donald na
primeira semifinal, e Irons, materializando suas premonições, derrotando Burrow.
No final, a experiência do havaiano prevaleceu sobre Mac Donald, que fazia sua primeira final.
Com a vitória, Irons abriu mais
de 700 pontos (6.960 x 6.228) sobre Slater e seguiu tranquilo para
Mundaka, na Espanha, onde a
nona etapa está em andamento.
Campeão da prova no ano passado, quando vingou, na final, a
derrota para o brasileiro Neco Padaratz na etapa anterior, Irons
acabou sendo surpreendido.
Um acordo entre surfistas e organizadores da prova aboliu a repescagem, comum em todas as
etapas (exceto em Pipeline). Ficou
definido que o primeiro e o segundo colocados da primeira fase
iriam adiante, e o último cairia.
Na terça, o Billabong Pro teve
início, e Irons, assim como Neco
(campeão e vice da prova em
2002), já está fora. Irons perdeu
para o local Nate Yeomans e para
o mesmo Mac Donald, que o ajudou ao bater Slater e a quem ele
havia superado três dias antes para obter a quarta vitória no ano.
"Eu tenho certeza de que Kelly
ou Taj vão vencer este evento agora", disse Irons após a prematura
desclassificação. A prova ontem
estava interrompida por falta de
swell, e não faltou reclamação dos
atletas devido à inconstância das
ondas no País Basco.
Nos próximos dias, saberemos
se Irons continua bom de previsões. Na medida em que Slater e
Burrow avançarem na etapa, diminuirá a diferença deles para o
líder e aumentará a expectativa
para as três etapas decisivas: o
Nova Schin Festival, no Brasil, a
partir do dia 27 em Santa Catarina, Sunset e Pipeline, no Havaí.
Para os brasileiros, a chance de
recuperação na temporada vai
diminuindo. Só quatro dos nove
brasileiros no Tour estão entre os
27 que garantem classificação para 2004, o melhor deles, Paulo
Moura, apenas na 21ª posição.
Em compensação, como tradicionalmente acontece no ranking
de acesso, o WQS, temos boas
chances de emplacar cinco ou seis
atletas e fazer o campeão, pela
sexta vez em 12 edições. Neco Padaratz lidera com certa folga, e a
próxima etapa, o Onbongo Pro
Surfing, acontece em seu quintal,
a Joaquina, em Florianópolis,
promovida por seu patrocinador.
As duas provas do Tour, da primeira e da segunda divisões, que
ocorrem em Santa Catarina serão
decisivas para os rankings. Além
disso, a do WCT marca a estréia
do atleta Teco Padaratz, há 15
anos no circuito e dois títulos no
WQS, na organização de eventos.
Após a perda do prazo para a
reserva da etapa, que sempre
ocorreu no Rio, por pouco não ficamos sem prova neste ano. Teco
foi decisivo para a sua realização.
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