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Saldo devedor
Fato raro em Brasileiros, São Paulo leva mais gols do que toma e tem reta final complicada para acabar a disputa com um número positivo
RODRIGO BUENO
DE SÃO PAULO
Contrariando uma longa
história positiva, o São Paulo
está com saldo devedor. São
39 gols a favor e 40 contra. E
nove rodadas com partidas
complicadas pela frente para
mudar essa conta indigesta.
Desde 1971, quando começou o Campeonato Brasileiro, apenas em duas edições o
time do Morumbi registrou
um saldo de gols negativo.
Em 1985, quando os Menudos apareceram, a equipe
terminou a disputa com -3.
Em 1998, quando chegou em
certo momento até a temer o
rebaixamento, o São Paulo ficou no -1, o número que ostenta hoje na tabela.
Ao longo dos Nacionais, os
são-paulinos acumularam
um saldo amplamente favorável de gols: 551. Com folgas, o time é o que mostra a
maior diferença entre tentos
marcados e tomados. E, na
era dos pontos corridos, isso
ganhou ainda mais força.
No tricampeonato (2006 a
2008), o São Paulo sempre teve um saldo de 30 gols ou
mais. Mesmo em 2005, quando ganhou a Libertadores e
deixou o Brasileiro meio de
lado, a equipe construiu um
saldo positivo de dez tentos.
Neste ano, o time não deu
nenhuma goleada. Pior: perdeu dois jogos por 3 a 0 (Corinthians e Goiás), além de
ter tomado quatro gols numa
partida (4 a 2 do Grêmio), algo incomum para o time titular na era Muricy Ramalho.
Nas nove rodadas finais, o
São Paulo não terá missão fácil para ficar no azul no que
se refere a saldo de gols.
Além do Santos amanhã, o time enfrentará os três mais
bem colocados: Cruzeiro,
Fluminense e Corinthians.
Ainda tem outros duelos
diretos por vaga na Libertadores (Atlético-PR e Vasco).
O técnico Paulo César Carpegiani tomou uma medida
que pode tornar o saldo de
gols da equipe positivo. Vai
para o ataque, mesmo contra
o goleador Santos, com Lucas, Dagoberto, Fernandinho e Ricardo Oliveira.
O treinador ainda optou
no meio-campo por Carlinhos Paraíba "pela dinâmica". Richarlyson será o lateral esquerdo, e o promissor
Diogo ficará como suplente.
Numa atitude pouco comum em técnicos, Carpegiani admitiu uma falha própria
na preparação para o clássico. "Perdi tempo. Gostaria
de já ter treinado esse time
[com Carlinhos Paraíba] desde a terça-feira." Também
não fez mistério ontem.
Treinou lances de bola parada e saídas rápidas no contra-ataque na frente dos jornalistas, alertando detalhes
de posicionamento sem segredos. Alex Silva disse que
esses treinos táticos são
"chatos", mas necessários.
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