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FUTEBOL
Time carioca não viaja a São Paulo e partida é suspensa; sem o jogo, Palmeiras alega prejuízo de R$ 50 mil
Vasco ganha queda-de-braço da CBF
FERNANDO MELLO
da Reportagem Local
O Vasco conseguiu exatamente o
que queria. Não viajou a São Paulo
para pegar o Palmeiras, não será
punido por isso e poderá enfrentar
os paulistas em outra data.
Ao Palmeiras, que compareceu
ao estádio Parque Antarctica,
cumprindo determinação da CBF,
coube a tarefa de fazer "papel de
palhaço", como disseram jogadores e dirigentes do clube.
O time dirigido por Luiz Felipe
Scolari foi a campo acreditando
que levaria os três pontos do jogo e
manteria com isso a liderança do
Campeonato Brasileiro.
A ausência do Vasco, que ficou
no Rio de Janeiro por ordem de seu
vice-presidente, Eurico Miranda,
caracterizaria WO (do inglês "walk
over", que em uma tradução livre
significaria "sair andando").
Mas, às 15h04min, a menos de
uma hora do começo da partida, o
Palmeiras foi notificado da decisão
de um juiz do Trabalho, que suspendeu o jogo.
O delegado da Federação Paulista de Futebol Antonio Cláudio
Ventura leu o documento. "Por ordem do presente em exerc"cio da
CBF (Alfredo Nunes), atendendo
determinação do Ilmo. sr. José Saba Filho, juiz do Trabalho substituto, através de medida cautelar,
fica suspensa a realização da partida do Campeonato Brasileiro entre
Palmeiras e Vasco da Gama, no dia
15/10/98, às 16h, no estádio Palestra Itália." O documento era assinado pelo gerente administrativo
da FPF, Eduardo Alvarez Neto.
Segundo Ventura, o Palmeiras
ganharia os pontos da partida se o
documento não tivesse chegado ao
estádio até a hora do jogo. Agora, a
CBF deve marcar outra data para a
realização da partida. O Palmeiras,
por meio de seu Departamento Jurídico, entrará com ação para ganhar os três pontos.
A polêmica em torno do jogo começou ontem no começo da tarde,
quando Eurico Miranda ameaçou
não colocar o Vasco em campo caso a CBF não mudasse a data do
confronto de sábado entre os cariocas e o Internacional. A CBF
acatou o pedido de Miranda e
transferiu o jogo para domingo.
Mesmo assim, o dirigente tirou
seus atletas da concentração no
Rio de Janeiro, impedindo que eles
viajassem a São Paulo. A alegação
de Miranda era a de que a CBF demorou muito para atender ao pedido do Vasco.
No fim da tarde de anteontem, o
Sindicato dos Atletas Profissionais
do Rio obteve uma medida cautelar, impedindo a realização do jogo. O argumento era o de que os
vascaínos não teriam as 66 horas
de intervalo necessárias entre o jogo de anteontem à noite pela Mercosul, contra o Universidad Católica, e o de ontem, com o Palmeiras.
Com base na medida cautelar, a
partida do Campeonato Brasileiro
teve que ser suspensa.
Com a suspensão, o Palmeiras teve um prejuízo de cerca de R$ 50
mil, segundo o diretor de futebol
do clube, Sebastião Lapola. Além
de arcar com as despesas de hospedagem, bilheteiros e policiais militares, o clube também teve que pagar a cota do árbitro Luciano Augusto de Almeida, que esteve no
Parque Antarctica.
"O que nos transtorna não é o
problema financeiro, e sim os danos morais que sofremos", afirmou Sebastião Lapola.
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