TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL

Foram 59 dias de especulações e espera. Desde que a Ford anunciou sua saída da F-1 e colocou sua equipe (a Jaguar) e sua fabricante de motores (a Cosworth) à venda, a categoria encarou a indefinição.
Ontem, data-limite para os times se inscreverem para o Mundial de 2005, a montadora anunciou a venda das duas empresas.
A Jaguar, como esperado, foi comprada pela Red Bull, empresa austríaca de bebidas energéticas e que dará nome à nova equipe.
O valor do negócio não foi revelado. Além do time, Dietrich Mateschitz também adquiriu a fábrica da Jaguar em Milton Keynes e os túneis de vento que a equipe mantinha em Bicester e Bedford, também na Inglaterra -o time terminou o Mundial em sétimo lugar, com dez pontos.
"A compra da Jaguar representa o ponto máximo do nosso envolvimento com o automobilismo, e é o passo final e lógico do processo que começamos com o Red Bull Junior", afirmou Mateschitz, referindo-se ao programa que mantém em diversas categorias para descobrir novos talentos.
A equipe ainda não divulgou seus pilotos. Os candidatos mais prováveis são Christian Klien, que correu pela Jaguar, e Vitantonio Liuzzi, campeão da F-3000 Internacional. "Não tomamos nenhuma decisão ainda. Vamos testar vários pilotos nas próximas semanas", disse Tony Purnell, ex-chefe da Jaguar, que manterá o cargo.
O fornecedor de pneus também não foi escolhido, mas a tendência é manter a Michelin. "O carro de 2005 já estava sendo construído para isso", declarou Purnell.
O novo time inicia seus testes no dia 24, em Barcelona, com um carro híbrido. Em 1º de dezembro, volta a treinar, desta vez em Jerez, também na Espanha.
"Este dia marca o fim de uma era. Após 35 anos, deixar a F-1 foi uma decisão muito dura para nós", afirmou Richard Parry-Jones, vice-presidente da Ford.
Quem saiu perdendo com a aquisição da Jaguar foi a Sauber, de Felipe Massa e Jacques Villeneuve, que tinha a Red Bull como sua patrocinadora havia dez anos.
A outra empresa da Ford, a Cosworth, foi vendida para Kevin Kalkhoven e Gerald Forsythe, donos da Champ Car e proprietários de dois times na categoria.
Segundo os compradores, a primeira motivação para fechar o negócio foi manter a tradição da fabricante de motores. A segunda foi pela sobrevivência da Champ Car, que só usa os motores produzidos pela empresa da Ford.
"Não só queremos dar continuidade ao grande trabalho da Cosworth como desejamos criar novos projetos", disse Kalkhoven. "Ainda existem muitos mercados para explorarmos", completou.


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