São Paulo, segunda-feira, 16 de novembro de 2009

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JUCA KFOURI

Adivinhe quem vem para ganhar - 2


Sim, você já leu este título, aqui, no dia 3 de agosto, quando o São Paulo ficou a 10 pontos do líder do Nacional

O ADVERSÁRIO batido na véspera tinha sido o mesmo Vitória, só que no Barradão. E a vitória tricolor era a terceira seguida já sob o comando de Ricardo Gomes.
Então, ao contrário do jogo do sábado no efervescente Morumbi, o time baiano ainda deu um sufoco no paulista. Porque anteontem foi subjugado categoricamente, numa das raras convincentes atuações são- -paulinas nesta temporada.
E que serviu também para desmontar teorias conspiratórias alimentadas por cabeças débeis e, em regra, não só incompetentes, mas também cúmplices no esforço de evitar investigações sérias no podre submundo do futebol.
Porque se o trapalhão gaúcho Simon chutou para fora o tal esquema Traffic, outro gaúcho, o compreensivo Vuaden, mandou para escanteio o nhenhenhém da perseguição ao São Paulo que "os cariocas" não querem tetra. Fosse ele um pouco mais rigoroso e o tri/hexacampeão brasileiro ficaria com nove jogadores nem bem o jogo tinha 15 minutos, pois o desentendimento entre André Dias e Hugo assim justificaria.
E do mesmo modo que não se pode criticar um árbitro que manda voltar um pênalti defendido com pequeno avanço de Rogério Ceni, embora os do rubronegro Bruno tenham sido relevados, não se poderia acusar quem expulsasse os dois jogadores briguentos.
O problema é sempre o mesmo, o da falta de critério, o da falta de coerência, a mesma que assola o tribunal que absolve um clube mandante por invasão de gramado (o Galo) e condena outro (o São Paulo), quando, de fato, deveria condenar ambos, como diz a lei.
Aliás, no capítulo da desmontagem conspirativa, também em Curitiba, com a correta marcação de um pênalti para o time coxa contra o Galo, enterrou-se a imaginada operação para salvar os times do Rio do rebaixamento.
O São Paulo ficou mais perto do tetra/heptacampeonato porque foi melhor e não se permitiu vacilar como o Palmeiras diante do Sport, em mais uma noite duplamente abaixo da crítica em Palestra Itália, tanto no futebol apresentado pelo alviverde quanto pelas barbaridades do apitador, incapaz até de preencher uma súmula corretamente, o que dá a medida da liderança intelectual que caracteriza a CBF, de cima abaixo, de cabo a rabo.
Este São Paulo parece preparado para as três batalhas finais, mesmo que não possa contar, pelo menos em mais uma delas, com Borges e Dagoberto, que merecem um novo jogo de suspensão pelo que fizeram no estádio Olímpico.
Sem esse papo de paulista ou carioca, palmeirense ou corintiano.
Ou de esquema para o Flamengo, que cresce solidamente, joga bem até nos Aflitos, está encantado e, às vezes, até encanta.
E pode sim ser o legítimo campeão, como já foi cinco vezes.

Desafio para Dunga
Dunga venceu todos os seus desafios. E terá mais um, o mais difícil: ganhar o hexacampeonato com uma seleção que sairá aplaudida do país, o que contraria a tradição de só vencer quando a saída é sob vaias. Dos cinco títulos, apenas um, o de 1962, não foi vencido depois de superar a desconfiança nacional.

blogdojuca@uol.com.br


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