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BOXE
Brasileiro, que pela primeira vez na carreira sofreu uma queda, ficou sem comer na véspera do combate
Popó admite falha em sua preparação
FÁBIO ZANINI
enviado especial a Doncaster
Depois de dois dias de sufoco,
em que quase deixou escapar seu
título de campeão dos superpenas
da OMB (Organização Mundial
de Boxe), o pugilista brasileiro
Acelino Freitas, 24, o Popó, promete "criar mais juízo".
A OMB é a quarta entidade em
ordem de importância a controlar
o boxe, embora conte com alguns
campeões ""de nome", como o pena britânico Naseem Hamed.
Os problemas de Popó começaram na sexta-feira, quando ele literalmente precisou suar para
perder 80 gramas às pressas e
conseguir ser aprovado na pesagem oficial que antecedeu sua luta
contra o desafiante britânico
Barry Jones, 25, anteontem, em
Doncaster, na Inglaterra.
Caso não se enquadrasse no limite da categoria, ele poderia perder automaticamente o título.
No dia seguinte, uma perda momentânea de concentração no
início do combate o levou ao chão
pela primeira vez em sua carreira,
que, depois da vitória sobre Jones,
soma agora 24 lutas, todas ganhas
por nocaute.
Apesar de ser o primeiro do
ranking da OMB, Jones era considerado o azarão, pois subiu ao
ringue tendo aplicado somente
um nocaute em 19 lutas disputadas e havia participado de apenas
uma apresentação nos últimos
três anos (uma vitória por pontos
em seis assaltos no ano passado).
"Preciso ser mais responsável.
Minhas lutas agora começarão a
ficar cada vez mais difíceis e, se
quiser continuar vencendo, preciso mudar algumas coisas. Botei
isso na cabeça", garantiu Popó
após o combate contra Jones.
A preocupação mais imediata
do pugilista e de sua equipe é com
relação ao peso. Ele mesmo admite ser um tanto indisciplinado
quanto à alimentação, o que o leva a ultra passar com frequência o
peso máximo permitido pela sua
categoria, 58,9 kg.
Faltando 13 dias para o combate
contra Jones, Popó estava cinco
quilos acima do limite.
O resultado é que, nos dias que
antecedem as lutas, Popó precisa
perder peso rapidamente.
"São dias de desgaste físico muito grande, pois fico sem comer
praticamente nada. Pior que isso
é a preocupação, a dúvida de ser
aprovado no exame de peso ou
não", lamenta-se o lutador.
O pugilista também promete se
concentrar melhor antes de viagens internacionais. "Estas viagens são muito estressantes. Preciso começar a me concentrar
mais antes de cada uma delas."
A equipe que cuida carreira e da
preparação de Popó tem o objetivo de levá-lo para treinar em Los
Angeles (EUA), onde o mexicano
Ricardo Maldonado, promotor
do brasileiro, tem uma academia.
Isso poderia dar ao pugilista
mais condições de se adaptar ao
ambiente de lutas internacionais.
A queda de Popó no primeiro
assalto da luta anteontem, ao levar um golpe de Jones, foi, segundo ele, "uma lição".
"Sempre me diziam que cair no
começo da luta faz parte da carreira do boxeador, mas você só
entende isso quando acontece. Eu
levei um susto na hora em que caí,
não estava preparado para um começo de luta tão forte", diz Popó.
Foi naquele momento, em que
ouviu o juiz abrir a contagem, que
o brasileiro conseguiu retomar a
concentração. "Felizmente, consegui me recuperar do susto e acabei derrubando o Jones seis vezes
durante a luta. Mas foi um momento difícil", conta.
Os promotores das lutas do brasileiro pretendem agora organizar três ou quatro combates preparatórios neste ano, que culminariam em uma luta de unificação
do título mundial dos superpenas
no início de 2001.
Em breve devem ser iniciadas
negociações para que Popó lute
contra o campeão pelo Conselho
Mundial de Boxe, o norte-americano Floyd Mayweather, empresariado por Bob Arum.
O norte-americano também gerencia a carreira do ""chicano"
Diego ""Chico" Corrales, dono do
cinturão da FIB (Federação Internacional de Boxe).
Ambos vão colocar os cinturões
em jogo, na mesma programação,
a ser realizada em março, em Las
Vegas, nos EUA.
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