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São Paulo, sexta-feira, 17 de janeiro de 2003

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TÊNIS

Após seis vitórias neste ano, brasileiro é batido por Stepanek e segue sem passar da 2ª rodada no Aberto da Austrália

Derrotado, Guga perde embalo e reclama

FERNANDO ITOKAZU
DA REPORTAGEM LOCAL

"Normalmente é assim. Nas primeiras rodadas, eu sempre tenho problemas. Demoro para encontrar meu melhor ritmo."
Essas foram algumas das primeiras palavras de Gustavo Kuerten, 26, na entrevista coletiva após a derrota para o tcheco Radek Stepanek, na segunda rodada do Aberto da Austrália, por 3 sets a 2 (7/5, 3/6, 5/7, 6/4 e 3/6), após três horas e 48 minutos de jogo.
Em sete participações no Grand Slam australiano, ele nunca conseguiu passar da segunda rodada.
Em 2003, havia uma grande expectativa de que o tabu seria superado. O próprio tenista disse ter feito a melhor preparação dos últimos anos e vinha embalado.
Na semana passada, Kuerten venceu cinco jogos no Torneio de Auckland, no primeiro título da carreira conquistado em janeiro.
Na estréia em Melbourne, Guga derrotou o marroquino Hicham Arazi por 3 a 0 -foi a primeira vez desde 1999 que ele venceu uma partida do Aberto da Austrália sem perder nenhum set.
Na partida contra Stepanek, o brasileiro disse ter encontrado dificuldades com o estilo do rival.
"Ele não dá nenhum ritmo e vem com golpes diferentes a todo momento", disse Guga, que perdeu muitos pontos com as "deixadinhas" do tcheco durante o jogo.
Stepanek foi mais agressivo que Kuerten. Cometeu mais erros não-forçados (58 contra 37), mas proporcionalmente conseguiu muito mais bolas vencedoras do que o brasileiro (82 contra 45).
O tcheco também foi à rede com mais frequência e eficiência do que o rival (venceu 60 de 88 jogadas desse tipo contra 25 de 55).
Guga também teve problemas com seu saque, fundamento muito importante em quadras rápidas como as do Melbourne Park.
Ele conseguiu somente 49% de aproveitamento no primeiro serviço contra 63% de Stepanek.
O brasileiro reconheceu que não esteve bem servindo ("Errei um pouco mais do que o normal"), mas afirmou que isso não foi o motivo de sua derrota.
"Se eu tivesse aproveitado aquele 3 a 2 no quinto set, quebrado o serviço e depois ter o saque, poderia abrir uma boa vantagem."
Guga teve duas oportunidades de quebrar o saque de Stepanek no sexto game do set decisivo.
"Aqueles break points e o foot fault [pisar na linha no momento do saque] que me cantaram depois poderiam ter mudado toda a história", declarou o brasileiro. "Não joguei mal. Se tivesse acertado alguns lances, o resultado poderia ser bem diferente."
Foi a segunda vitória de Stepanek, 69º do ranking, em dois confrontos com o brasileiro.
A segunda rodada no Aberto da Austrália valeu 35 pontos a Guga, que tinha cinco a defender. Com isso, sua situação no ranking, no qual ele estipulou como meta aparecer entre os dez primeiros até o final do primeiro semestre, não deve sofrer grande alteração. Guga iniciou o torneio no 29º posto.
Kuerten deve voltar ao Brasil para se preparar para a Copa Davis. O Brasil enfrenta os suecos, na Suécia, de 7 a 9 de fevereiro.


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