São Paulo, sábado, 17 de fevereiro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Para receber elite, judô banca vinda de estrangeiros

Confederação usará até R$ 500 mil de verbas públicas para promover 1ª etapa da Copa do Mundo em Belo Horizonte

Presidente e coordenador da entidade divergem sobre quantidade e origem dos atletas que terão convites para competir no Brasil


ADALBERTO LEISTER FILHO
LUÍS FERRARI
DA REPORTAGEM LOCAL

Pela primeira vez, o Brasil receberá uma etapa da Copa do Mundo de judô. E, para atrair destaques dos tatames a Belo Horizonte, local da disputa, em maio, o país irá desembolsar até R$ 500 mil de verbas públicas para bancar passagem e hospedagem dos judocas estrangeiros por duas semanas.
"O pessoal vem para treinar e competir. Além da Copa do Mundo, faremos paralelamente um treino de campo de 12 dias", conta Paulo Wanderley Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Judô.
O evento está marcado para os dias 4 a 6 de maio, mas os competidores chegariam ao Brasil dois dias antes e ficariam mais uma semana em Minas.
Ele calcula que o evento, bancado pela Prefeitura de Belo Horizonte e pelo governo de MG, custará de R$ 400 mil a R$ 500 mil. "O valor pode variar conforme os atletas que virão."
Os convites serão feitos a países que contam com ao menos um atleta entre os primeiros do ranking da Federação Internacional de Judô, como França, Inglaterra, Alemanha, Bélgica, Japão, Cuba e Argentina.
"Vamos trazer os três melhores ranqueados da América em cada peso, o que não deve encarecer muito, já que na maioria das categorias há pelo menos um brasileiro. Mas haverá convites a europeus, asiáticos e africanos", explica Wanderley.
A estratégia brasileira não é seguida pelas outras etapas da Copa do Mundo, inclusive as principais, disputadas em Paris e Hamburgo, na qual cada delegação banca suas despesas.
"Os custos para mandar os brasileiros para a Europa são 100% da confederação. Não há premiação aos atletas. Mas eles não gastam nada. As federações locais também não. Tudo é arcado pela CBJ", informa Ney Wilson, coordenador técnico internacional da entidade.
Além da despesa mais elevada para promover a etapa da Copa no Brasil, a confederação não fala a mesma língua quando questionada sobre convites.
Wilson diz que a CBJ só pagará a conta para os melhores ranqueados das Américas, que irão medir força com os brasileiros, em uma prévia do Pan.
"Estou indo para Hamburgo para convidar o maior número de países de lá. Mas aí é por conta de cada um", afirma ele.
A etapa irá testar o equipamento importado pelo COB para a disputa do Pan do Rio. Em Belo Horizonte, serão usados os tatames alemães e o placar suíço que custaram US$ 162 mil (cerca de R$ 340 mil).


Texto Anterior: Dirigente põe Pessoa e Bernardo no Pan-07
Próximo Texto: Copa em BH pode definir time do Pan
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.