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Kaká abre nova caçada ao título de melhor do mundo
Contra o Arsenal, quarta-feira, Milan começa a fase de mata-mata da Copa dos Campeões, vitrine para o brasileiro
Atleta diz que Brasil tem "pessoas competentes" e que "o povo irá ficar feliz" e todo mundo irá ajudar na realização da Copa-14
DA REPORTAGEM LOCAL
Na quarta, o Milan de Kaká
encara o Arsenal nas oitavas da
Copa dos Campeões. O melhor
do mundo inicia para valer a
corrida pelo bi no prêmio da Fifa. No meio do ano, ele espera
um ouro.0
(RODRIGO BUENO)
FOLHA - Ganhar a Copa dos Campeões parece mais difícil agora?
KAKÁ - Neste ano mudou, melhorou. O time está mais consistente, mais contínuo, mais
equilibrado. O Milan é sempre
um dos grandes favoritos na
Champions League pela história que tem, por aquilo que faz
na competição. É um time que
vai ser sempre favorito.
FOLHA - E o Arsenal?
KAKÁ - É um dos times que estão jogando mais certinho, correto na Europa. Junto com o
Real Madrid, é o que está jogando mais redondinho. A dificuldade vai ser encontrar um time
que vive um bom momento. Só
que no ano passado encontramos o Manchester United, que
viva um grande momento, e fizemos uma partida maravilhosa. São coisas que podem acontecer na Champions League.
Vai depender de como nosso time vai se posicionar, de como
vamos encarar esse confronto.
FOLHA - O Arsenal tem jogado
mais bonito que o Milan. Concorda?
KAKÁ - Acho que o Arsenal joga
mais bonito que o Milan hoje.
Mas o Milan mudou também a
característica do futebol italiano, a de um atacante na frente,
grandão. Todo mundo quebra a
bola no atacante, que domina e
espera o time sair. Acho que
mudou muito do tempo que estou aqui. Vejo o Milan jogar
mais. Claro que a gente atravessa bons e maus momentos. O
Arsenal atravessa um momento em que está jogando certinho, o time roda direitinho,
troca de posição. No momento,
joga um futebol muito bonito.
FOLHA - Fale da chegada do Pato. E
da outra promessa, Paloschi...
KAKÁ - A chegada do Pato foi
excelente para nós. O que a
gente cobra no Milan é investir
em jogadores jovens, que possam aprender com esses experientes vitoriosos que estão
aqui, como Maldini, Seedorf,
Cafu, Serginho, Emerson, Ronaldo... O Pato é muito talentoso, tem um futuro maravilhoso
e vai aprender com esses jogadores a mentalidade, o tipo de
comportamento, a motivação.
Aprender isso faz muita diferença. Serve para o Paloschi.
FOLHA - Você rende mais hoje com
só um atacante no Milan?
KAKÁ - Para mim foi uma mudança. Não era acostumado a
jogar como segundo atacante,
me adaptei para jogar dessa
forma. Não penso como meia
em criar, penso como atacante
em definir. Não construo mais
o jogo, não pego a penúltima
bola, pego a última. São coisas
que mudam e você tem que ir se
adaptando. Como meia-atacante, tenho sempre dois na
frente, tenho mais opções. Como atacante, recebo essa última bola, e o pensamento é definir, criar a jogada para definir o
jogo. Fiquei mais perto do gol,
aproveitei as oportunidades de
fazer gol, acabei artilheiro da
Champions League. São duas
posições em que gosto de jogar.
Antes, não gostava de ser segundo atacante. Hoje, gosto.
FOLHA - Pedirá liberação ao Milan
para jogar a Olimpíada de Pequim?
KAKÁ - Gostaria que CBF e Milan entrassem em acordo. Não
é legal ficar brigando, reivindicando esse tipo de coisa. Depois
tenho que voltar para o clube e
ficar um ano. São coisas que
acabam desgastando. Já teve
problema contra o Haiti. A
grande motivação é que o Brasil
nunca venceu a Olimpíada. É
uma grande motivação também por eu não tê-la disputado.
Quando era para a gente ir, acabou não tendo a classificação.
FOLHA - E ganhar uma Copa? Em
2014, no Brasil, seria uma boa, não?
KAKÁ - Gostaria de ganhar de
novo uma Copa, sendo mais
participativo, mais ativo que
em 2002, mas me considero
completamente campeão mundial de 2002. A Copa no Brasil
com certeza será uma grande
responsabilidade, uma pressão
para quem estiver ali. Mas há a
grande motivação de entrar para a história. Vou estar com 32
anos, é difícil dizer como vou
chegar a 2014. Jogar no Brasil
seria um privilégio.
FOLHA - Acha que o Brasil dará conta da Copa? Não teme problemas de
organização, desvio de dinheiro?
KAKÁ - Acho que, para o país,
vai ser excelente. No Brasil tem
pessoas muito competentes,
que organizarão uma excelente
Copa. Acho que todo mundo vai
ajudar. O povo vai ficar feliz. As
obras que têm que ser feitas são
obras que têm que ficar para o
povo brasileiro. Todo tipo de
melhoria não deve ser só pensando na Copa. É para pensar
no desenvolvimento, no crescimento do país de forma geral.
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