DA REPORTAGEM LOCAL

O G14, grupo que reúne os 18 clubes mais poderosos da Europa, anunciou ontem que nenhum de seus membros atuará no Mundial de Clubes da Fifa, torneio cuja segunda edição está prevista para o ano que vem, porém ainda sem data e sem local definidos.
Os principais times europeus já haviam se manifestado várias vezes contra o torneio, mas ontem, em reunião em Valência, anunciaram um boicote a qualquer nova competição da Fifa e da Uefa.
Para o G14, "a Fifa e a Uefa multiplicam suas competições para ganhar dinheiro. E fazem isso em detrimento dos clubes, que devem colocar seus jogadores à disposição sem receber benefícios".
O alemão Karl-Heinz Rummenigge, que representa o Bayern de Munique, foi mais enfático. "Nossa decisão é definitiva. Consideramos o número atual de torneios suficiente", afirmou o ex-jogador.
O espanhol Jaime Ortí, porta-voz do Valencia, reiterou que o anúncio do boicote ao Mundial de Clubes foi "decisão unânime".
O torneio da Fifa teve só uma edição, em 2000, no Brasil. A entidade máxima do futebol chegou a anunciar neste ano que a disputa absorveria o Mundial interclubes, disputa tradicional que acontece no final do ano no Japão entre os vencedores da Copa dos Campeões e da Libertadores. Porém voltou atrás alguns dias mais tarde por não conseguir acerto com patrocinador, Conmebol e Uefa.
Para atrair os clubes europeus, a Fifa reduziu o número de participantes do Mundial de Clubes para seis -os seis campeões continentais-, permitindo aos campeões de Europa e América do Sul entrar apenas na fase semifinal.
As mudanças anunciadas no Mundial de Clubes, no entanto, não seduziram a Conmebol, que não abre mão do Mundial interclubes, e os clubes europeus, que querem um calendário enxuto.