São Paulo, sábado, 17 de março de 2007

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Grid atrapalha estratégia de Massa

Apenas o 16º colocado no treino oficial em Melbourne, brasileiro vê rivais Raikkonen e Alonso dividirem primeira fila

"O importante é conseguir o maior número possível de pontos nas três primeiras provas", diz o 1º piloto do país favorito desde Senna

Mark Baker/Associated Press
A Ferrari de Felipe Massa é empurrada para os boxes da escuderia durante a segunda sessão de treinos para o GP da Austrália


TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A MELBOURNE

O plano estava traçado, as intenções eram as melhores possíveis. Mas o primeiro treino oficial da temporada atrapalhou a estratégia de Felipe Massa na luta pelo Mundial de F-1. Apenas o 16º colocado na sessão da madrugada, dificilmente ele terá condições de lutar pela vitória a partir da meia-noite de hoje, no GP da Austrália, que abre o campeonato.
Considerado forte candidato ao título depois de uma pré-temporada consistente, Massa viu o sonho da pole position evaporar a 40 segundos do fim do segundo bloco do treino. Vítima de um problema mecânico, perdeu ritmo e só conseguiu se arrastar até os boxes.
Pior, viu a pole ficar nas mãos do novo companheiro de equipe, Kimi Raikkonen. Foi a 12ª pole da carreira do finlandês, que só sentou no cockpit da F2007 em finais de janeiro.
Pior ainda, Massa viu, pelos monitores, outro rival alcançar a primeira fila. Fernando Alonso, estreando pela McLaren, ficou a 0s421 do neo-ferrarista.
Na segunda fila, duas surpresas. Nick Heidfeld, da BMW, cravou o terceiro tempo, seguido por Lewis Hamilton, companheiro de equipe de Alonso e um estreante na categoria.
A idéia original do piloto brasileiro, o primeiro desde Ayrton Senna a começar uma temporada da categoria como favorito, era simples. Sua inspiração? Alonso, atual bicampeão mundial. "A gente viu como foram os títulos do Alonso. Ele sempre impressionou nas três primeiras etapas. Isso acabou valendo muito e contando para o resultado da temporada."
O aproveitamento do espanhol nos três primeiros GPs de 2005 e 2006 foi grandioso.
No ano em que conquistou seu primeiro troféu, Alonso foi o terceiro colocado na corrida de abertura e depois venceu as duas seguintes -fez 26 de 30 pontos possíveis. Em 2006, conseguiu melhorar o desempenho: ganhou o primeiro GP, foi segundo no seguinte e triunfou no terceiro. Dos 30 pontos que podia somar, ficou com 28.
Desde que chegou à Austrália, Massa tem batido na mesma tecla, entrevista após entrevista. "O mais importante é começar a temporada bem e fazer o maior número possível de pontos nas três primeiras provas", não se cansa de repetir.
Tamanha preocupação em começar este Mundial já abocanhando o maior número de pontos que puder se justifica pelo exemplo que ele teve no ano passado, com seu companheiro de Ferrari, o heptacampeão Michael Schumacher.
"Em 2006, nós acabamos jogando fora pontos muito importantes. Tivemos alguns problemas com o carro, e isso depois se mostrou importante na decisão do campeonato", falou. O título só foi decidido no último GP, em Interlagos.
Mas, se o que aconteceu com Schumacher na temporada passada serve de alerta para Massa, o alemão também pode funcionar como exemplo: em cinco de seus sete títulos mundiais ele saiu em vantagem depois de três corridas.
Na história da F-1, a estratégia de dar um sprint inicial se mostra bastante eficaz. Dos 57 campeonatos já disputados, 31 vezes o campeão liderava após os três primeiros GPs.
Com o mau resultado no treino, Massa deve ver o prolongamento de um tabu. Ele nunca conseguiu um bom resultado na Austrália. Em suas quatro exibições, o melhor que conseguiu foi um décimo, em 2005, pela Sauber. "Só espero pegar a experiência negativa e transformar numa coisa positiva. A Ferrari sempre vai bem aqui."

NA TV - GP da Austrália
Globo, ao vivo, à meia-noite



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