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Em fase vitoriosa, São Paulo troca meio time por ano
Na últimas quatro temporadas, clube mudou entre 40% e 55% do grupo, entretanto prosseguiu acumulando títulos
Muricy Ramalho acha que
base "mudou pouco" e foi fácil remontar a equipe, que enfrenta a Ponte Preta hoje pela liderança do Paulista
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O sucesso são-paulino nos
últimos quatro anos -acumulou quatro títulos e esteve sempre na Taça Libertadores- não
é fruto de manutenção do grupo. A estratégia é contrária. A
rotatividade caracteriza o elenco do clube, como mostra levantamento da Folha.
A cada ano o time é remontado a partir do início da temporada, processo que continua
durante os torneios. Isso ocorreu, de novo, para 2007. Mas o
técnico Muricy Ramalho diz
que, agora, não teve problema
porque a base foi mantida.
Dessa forma, o São Paulo está na segunda posição no Paulista. O time enfrenta a Ponte
Preta, hoje, no Morumbi. Se
vencer, assume a liderança.
Do grupo à disposição do técnico para este jogo, 44% são de
jogadores que não estavam no
clube no início do ano passado.
Foram contratados no segundo
semestre de 2006 ou no início
deste ano. A referência para o
levantamento são os grupos
inscritos na Libertadores, que
inclui os principais atletas.
Na virada do ano anterior, a
renovação do elenco foi ainda
maior: 55%. De 2004 para
2005, metade do grupo foi trocado pela diretoria do clube.
"As novas legislações [Lei
Pelé] causam esse aumento de
rotatividade. Acaba o contrato,
e o atleta sai, por vontade do
clube ou dele. Ou é vendido",
explica o consultor da presidência são-paulina, João Paulo
de Jesus Lopes. "Repomos
sempre que há necessidade."
Para o dirigente, o rendimento do time não é afetado
porque a base do clube não é
composta pelos atletas, mas
pela estrutura extracampo. Cita dirigentes e comissão técnica. "Além disso, pelo menos
metade do elenco fica no clube", avalia. "Assim, os novos
adquirem cultura técnica e tática do time. Não há prejuízo."
Para Muricy, é importante
manter uma base. E, apesar dos
números, o técnico acha que o
elenco "mudou pouco" em relação a 2006. Admite, entretanto, que tem estratégia para
perdas. "Quando vemos que
perderemos um jogador, já deixamos engatilhado outro."
No jogo de hoje, o São Paulo
terá três titulares que chegaram no segundo semestre de
2006 -Miranda, Hugo e Jadílson. De remanescentes de
2004, somente Rogério e Edcarlos. No elenco, apenas 12%
estão desde aquele ano.
Mas é certo que, como prega
a diretoria, os jogadores adaptam-se ao estilo são-paulino de
jogo. "Aprendi desde que cheguei aqui, porém ainda tenho o
que melhorar na marcação",
declara o ala-direito Ilsinho.
Ele tem contrato até 2010. A
diretoria ainda estendeu o
acordo com atletas como Leandro. Só que, pela análise dos dados recentes, não há garantia
de que ficarão todo esse tempo.
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