São Paulo, sábado, 17 de março de 2007

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Em fase vitoriosa, São Paulo troca meio time por ano

Na últimas quatro temporadas, clube mudou entre 40% e 55% do grupo, entretanto prosseguiu acumulando títulos

Muricy Ramalho acha que base "mudou pouco" e foi fácil remontar a equipe, que enfrenta a Ponte Preta hoje pela liderança do Paulista

RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O sucesso são-paulino nos últimos quatro anos -acumulou quatro títulos e esteve sempre na Taça Libertadores- não é fruto de manutenção do grupo. A estratégia é contrária. A rotatividade caracteriza o elenco do clube, como mostra levantamento da Folha.
A cada ano o time é remontado a partir do início da temporada, processo que continua durante os torneios. Isso ocorreu, de novo, para 2007. Mas o técnico Muricy Ramalho diz que, agora, não teve problema porque a base foi mantida.
Dessa forma, o São Paulo está na segunda posição no Paulista. O time enfrenta a Ponte Preta, hoje, no Morumbi. Se vencer, assume a liderança.
Do grupo à disposição do técnico para este jogo, 44% são de jogadores que não estavam no clube no início do ano passado. Foram contratados no segundo semestre de 2006 ou no início deste ano. A referência para o levantamento são os grupos inscritos na Libertadores, que inclui os principais atletas.
Na virada do ano anterior, a renovação do elenco foi ainda maior: 55%. De 2004 para 2005, metade do grupo foi trocado pela diretoria do clube.
"As novas legislações [Lei Pelé] causam esse aumento de rotatividade. Acaba o contrato, e o atleta sai, por vontade do clube ou dele. Ou é vendido", explica o consultor da presidência são-paulina, João Paulo de Jesus Lopes. "Repomos sempre que há necessidade."
Para o dirigente, o rendimento do time não é afetado porque a base do clube não é composta pelos atletas, mas pela estrutura extracampo. Cita dirigentes e comissão técnica. "Além disso, pelo menos metade do elenco fica no clube", avalia. "Assim, os novos adquirem cultura técnica e tática do time. Não há prejuízo."
Para Muricy, é importante manter uma base. E, apesar dos números, o técnico acha que o elenco "mudou pouco" em relação a 2006. Admite, entretanto, que tem estratégia para perdas. "Quando vemos que perderemos um jogador, já deixamos engatilhado outro."
No jogo de hoje, o São Paulo terá três titulares que chegaram no segundo semestre de 2006 -Miranda, Hugo e Jadílson. De remanescentes de 2004, somente Rogério e Edcarlos. No elenco, apenas 12% estão desde aquele ano.
Mas é certo que, como prega a diretoria, os jogadores adaptam-se ao estilo são-paulino de jogo. "Aprendi desde que cheguei aqui, porém ainda tenho o que melhorar na marcação", declara o ala-direito Ilsinho.
Ele tem contrato até 2010. A diretoria ainda estendeu o acordo com atletas como Leandro. Só que, pela análise dos dados recentes, não há garantia de que ficarão todo esse tempo.


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