São Paulo, segunda-feira, 17 de março de 2008

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JUCA KFOURI

Goleada de campeão


Com fartura no banco e um festival de pênaltis, pintou o maior candidato ao título de campeão paulista de 2008

O PALMEIRAS conseguiu no segundo tempo o que tentou impor, sem sucesso, no primeiro. E com méritos.
Assim que a partida começou em Ribeirão Preto, num gramado mais uma vez lamentável como tem sido habitual neste Paulista, o alviverde foi para cima, como se disposto a mostrar quem mandava no pedaço.
Mas o São Paulo, um time menos leve, foi quem se impôs, criou mais e abriu o placar, em mais uma bola posta por Jorge Wagner na cabeça de Adriano.
Até ali a arbitragem tinha marcado mal um impedimento tricolor e evitado o que poderia ter sido o primeiro gol. Como, em seguida, deixou de expulsar Kléber de campo, autor de uma cotovelada em André Dias, noutro lance vital porque o ex-são paulino empatou o jogo em seguida, num golaço, depois de deixar Juninho estatelado, com drible seco e desmoralizante.
O segundo tempo foi quase todo verde, exceção feita aos alguns poucos minutos, exatamente os que precederam o segundo gol palmeirense, de outro ex-tricolor, Denílson, o primeiro a bater o que viria a ser uma série de três pênaltis bem assinalados pela arbitragem e bem cobrados também por Valdívia e Diego Souza.
Com o gramado um pouco menos empoçado na segunda etapa, o Palmeiras prevaleceu, também porque paulatinamente pôs em ação as alternativas que tem no banco, como Martinez em lugar de Wendel, Denílson na vaga de Alex Mineiro e ainda, para segurar, Makelele na posição de Kléber.
Ao passo que o São Paulo só trocava o festeiro Carlos Alberto por Joílson e Júnior por Aloísio, substituição esta, para azar de Muricy, concomitante com o terceiro gol. Se é inaceitável que o estadual mais rico do país seja disputado em gramados horrorosos, num retrocesso a tempos que pareciam sepultados, é justo que se diga que o São Paulo sofreu a virada exatamente quando conseguia reequilibrar a partida, até com boa chance de gol desperdiçada por Adriano, que chutou fraco na cara de Marcos e permitiu a defesa do goleiro esmeraldino.
Mas o Palmeiras é hoje o time da virada, pois repetiu diante do rival o que já havia feito contra o Bragantino, com outra goleada, e contra a Ponte Preta, bom sinal, para um time que andou apático em empates contra os lanternas do campeonato, como que apenas se limitasse a fazer o que o técnico mandava, mas sem se comprometer com ele e seus palavrões inibidores.
Pois em condições adversas não só no placar, como as de gramados péssimos em Bragança Paulista, no Palestra Itália e em Ribeirão Preto, o time mostrou compromisso diante de quase 30 mil torcedores no estádio Santa Cruz.
Tudo somado, e considerado que acabou uma séria de 10 derrotas e um empate no Campeonato Paulista diante do São Paulo, o fato é que a fila que começou em 1996, num título comandado também por Vanderlei Luxemburgo da Silva e com um dos melhores times da história do futebol mundial, tem tudo para terminar em 2008.
Metade do tempo que passou o maior rival, por coincidência, campeão com Osvaldo Brandão em 1954 e de novo com ele, em 1977.

blogdojuca@uol.com.br


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