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JUCA KFOURI
Goleada de campeão
Com fartura no banco e um festival de pênaltis, pintou o maior candidato ao título de campeão paulista de 2008
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O PALMEIRAS conseguiu no segundo tempo o que tentou
impor, sem sucesso, no primeiro. E com méritos.
Assim que a partida começou em
Ribeirão Preto, num gramado mais
uma vez lamentável como tem sido
habitual neste Paulista, o alviverde
foi para cima, como se disposto a
mostrar quem mandava no pedaço.
Mas o São Paulo, um time menos
leve, foi quem se impôs, criou mais e
abriu o placar, em mais uma bola
posta por Jorge Wagner na cabeça
de Adriano.
Até ali a arbitragem tinha marcado mal um impedimento tricolor e
evitado o que poderia ter sido o primeiro gol. Como, em seguida, deixou de expulsar Kléber de campo,
autor de uma cotovelada em André
Dias, noutro lance vital porque o ex-são paulino empatou o jogo em seguida, num golaço, depois de deixar
Juninho estatelado, com drible seco
e desmoralizante.
O segundo tempo foi quase todo
verde, exceção feita aos alguns poucos minutos, exatamente os que
precederam o segundo gol palmeirense, de outro ex-tricolor, Denílson, o primeiro a bater o que viria a
ser uma série de três pênaltis bem
assinalados pela arbitragem e bem
cobrados também por Valdívia e
Diego Souza.
Com o gramado um pouco menos
empoçado na segunda etapa, o Palmeiras prevaleceu, também porque
paulatinamente pôs em ação as alternativas que tem no banco, como
Martinez em lugar de Wendel, Denílson na vaga de Alex Mineiro e ainda, para segurar, Makelele na posição de Kléber.
Ao passo que o São Paulo só trocava o festeiro Carlos Alberto por Joílson e Júnior por Aloísio, substituição esta, para azar de Muricy, concomitante com o terceiro gol.
Se é inaceitável que o estadual
mais rico do país seja disputado em
gramados horrorosos, num retrocesso a tempos que pareciam sepultados, é justo que se diga que o São
Paulo sofreu a virada exatamente
quando conseguia reequilibrar a
partida, até com boa chance de gol
desperdiçada por Adriano, que chutou fraco na cara de Marcos e permitiu a defesa do goleiro esmeraldino.
Mas o Palmeiras é hoje o time da
virada, pois repetiu diante do rival o
que já havia feito contra o Bragantino, com outra goleada, e contra a
Ponte Preta, bom sinal, para um time que andou apático em empates
contra os lanternas do campeonato,
como que apenas se limitasse a fazer
o que o técnico mandava, mas sem
se comprometer com ele e seus palavrões inibidores.
Pois em condições adversas não só
no placar, como as de gramados péssimos em Bragança Paulista, no Palestra Itália e em Ribeirão Preto, o time mostrou compromisso diante de
quase 30 mil torcedores no estádio
Santa Cruz.
Tudo somado, e considerado que
acabou uma séria de 10 derrotas e
um empate no Campeonato Paulista diante do São Paulo, o fato é que a
fila que começou em 1996, num título comandado também por Vanderlei Luxemburgo da Silva e com um
dos melhores times da história do
futebol mundial, tem tudo para terminar em 2008.
Metade do tempo que passou o
maior rival, por coincidência, campeão com Osvaldo Brandão em 1954
e de novo com ele, em 1977.
blogdojuca@uol.com.br
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