São Paulo, terça, 17 de março de 1998

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FUTEBOL
Jogos envolvendo São Paulo e Lusa apresentaram 43% dos gols marcados na segunda fase da competição
Clássico concentra gols do Paulista

Paulo Giandalia/Folha Imagem
O meia-atacante Denílson, do São Paulo, tenta dominar a bola durante treino da equipe para o jogo de hoje


ALEXANDRE GIMENEZ
LUIZ CESAR PIMENTEL
da Reportagem Local

Ataque eficiente. Defesa nem tanto. Essas variantes marcam as equipes de São Paulo e Lusa, que hoje disputam a liderança do Grupo 4 do Campeonato Paulista, às 20h30, no estádio do Morumbi.
A Lusa lidera o grupo, com sete pontos. O São Paulo vem atrás, com seis pontos.
Os jogos envolvendo os dois times nesta segunda fase do Paulista protagonizaram até agora 43% dos gols do torneio.
Em suas três partidas, a Lusa marcou sete gols -média de 2,33 por jogo- e sofreu cinco -1,66 em média. Já o São Paulo teve um desempenho um pouco melhor: marcou 8 -2,66 por jogo- e sofreu quatro -média de 1,33.
"O São Paulo é equipe ofensiva, com jogadores habilidosos. Os gols que estamos tomando são decorrentes dos nossos próprios erros", afirmou o meia-atacante Denílson, do São Paulo.
O zagueiro Márcio Santos concorda com a opinião do meia-atacante. Para ele, a maior prioridade da equipe é marcar gols.
"Somos como o Barcelona (Espanha). Marcamos muitos gols, mas também tomamos muitos. O importante é fazer mais", afirmou o zagueiro são-paulino.
Amparado pelo currículo dos times, o técnico da Lusa, Candinho, mostra-se otimista quanto a um placar dilatado. "Tem tudo para ser um 6 a 6. Porque os times jogam futebol romântico, ofensivo, mas o resultado bom seria 6 a 5 para nós", afirmou o treinador.
Candinho afirma ainda que o desempenho ofensivo do São Paulo não modificará o esquema defensivo de seu time.
"Eles fazem gol em nós e nós fazemos neles. É jogo de franco-atirador. Não tem essa de ficar estudando. Estudar é para jogo de xadrez", disse o treinador.
Já o atacante Leandro demonstra maior confiança em um melhor desempenho do setor defensivo da Lusa. "Na última partida, o time mostrou que está mais compacto. O meio-campo encostou mais na defesa e diminuímos os espaços", afirmou o atacante.
Público
Apesar do retrospecto promissor dos times em relação a gols, o público não tem respondido à altura. Em 97, os três confrontos entre os times -dois pelo Paulista e um pelo Brasileiro-, foram assistidos em média por 5.283 pessoas, enquanto a média geral do campeonato estadual foi de 8.116. A do Brasileiro foi de 10.614.
Jogadores que vieram de outros locais, como Evandro, contratado ao Flamengo, estranham um clássico tão esvaziado.
"Já joguei para 100 mil, num Flamengo e Grêmio no Maracanã, e agora a gente joga aqui para 2.000 pessoas. Mas eu vim para cá naquela de apostar em mim e na Lusa. É mais um desafio que eu tenho na vida", contemporiza.
"O que falta para a Lusa é um título. Quando ganhar, o público vai aparecer", completa o meia.



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