São Paulo, terça, 17 de março de 1998

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TÊNIS
André Sá, 20, se destaca em piso "tabu' para o país
Brasileiro "promete' em quadra rápida

FERNANDA PAPA
da Reportagem Local

Com dois títulos nas últimas três semanas, o tenista mineiro André Sá, 20, já é o brasileiro que mais evoluiu no ranking mundial nesta temporada. E ambas as conquistas foram em quadras rápidas, histórico ponto fraco dos jogadores brasileiros.
Sá começou o ano como o 165º do ranking mundial e é, desde ontem, o 118º, aparecendo como o terceiro brasileiro mais bem colocado no ranking da Associação dos Tenistas Profissionais, depois de Gustavo Kuerten, 21, o 11º, e Fernando Meligeni, 26, o 66º.
Ele se diferencia da maioria dos tenistas nacionais por preferir as quadras de cimento, em que venceu os dois torneios (no Vietnã e no Equador), não o saibro.
Sua formação como tenista vem dos EUA, mais especificamente dos seis anos que passou na academia de Nick Bollettieri, na Flórida, por onde passaram dois ex-líderes do ranking, Jim Courier e Andre Agassi, e o atual, Pete Sampras, todos norte-americanos.
O tenista foi para os EUA com a ajuda do técnico e ex-jogador Carlos Alberto Kirmayr, 47, que é hoje seu consultor técnico.
Desde o fim de 97, Sá tem sido treinado por Ricardo Acioly, também técnico de Meligeni.
Evolução
Sá tem trabalhado muito seu saque e, como bom duplista -fez recentemente a final do Torneio de San José (EUA), ao lado de Nelson Aerts, contra a dupla número um do mundo, os Woodies (Austrália)-, melhora o ataque.
"Ele joga dentro da quadra, atacando sempre, e agora já sobe à rede com mais segurança, pois melhorou o saque", diz Kirmayr.
"O André passou da fase dos satélites, está jogando challengers e alguns torneios maiores. Ele precisa melhorar seu jogo como um todo e deixar de perder as primeiras rodadas depois de conquistar um título. Assim pode chegar a conquistas maiores", completa.
Sá já foi confundido com Pete Sampras e deu autógrafos no lugar do ídolo. No mês passado, bateu bola, pela primeira vez em sua vida, com o norte-americano, a pedidos do próprio, em San José -uma prova de que deixou de ser um mero desconhecido no circuito profissional.



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