São Paulo, sábado, 17 de abril de 2004

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VÔLEI

Técnico da feminina e auxiliar de Bernardinho buscam título da Superliga

Osasco e Minas exibem na final um "duelo de seleções"

Matuiti Mayezo/Folha Imagem
Fernanda Venturini, do Osasco, treina para a final contra o Minas


MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Superliga feminina começa hoje a definir seu campeão com o duelo de duas filosofias já consagradas nas seleções.
Chico dos Santos, comandante do Minas desde as quartas-de-final, revolucionou o jogo de seu time com a importação do trabalho que faz ao lado de Bernardinho na equipe masculina do Brasil.
Na série decisiva, que começa às 18h30, ele enfrentará um treinador que seguiu caminho inverso.
Consagrado no Osasco, José Roberto Guimarães levou à seleção feminina os métodos que fizeram seu clube campeão no ano passado. Na equipe paulista, a preocupação com a parte física levou a comissão técnica a inovar com métodos de trabalho corporal como RPG (Reeducação Postural Global) e Pilates e até a monitorar a TPM das jogadoras.
Taticamente, o treinador dedica atenção especial à defesa. O time ostenta os melhores números nesse fundamento: lidera o ranking com 38,05% de aproveitamento e tem Fernanda Venturini e Érika como as atletas mais eficientes da competição.
Na seleção, esse trabalho fez de Arlene, hoje no Minas, a melhor líbero da Copa do Mundo-03. Com a prata no torneio, o Brasil assegurou vaga na Olimpíada.
A defesa também é uma das maiores preocupações de Chico dos Santos. O técnico, no entanto, foca suas ações no bloqueio.
Responsável pelo trabalho desse fundamento na seleção masculina, ele decidiu implantar suas técnicas na nova equipe.
"Eu acho, por exemplo, que dá para fazer bloqueio triplo. Raríssimas equipes usam isso no vôlei feminino", afirmou Santos.
"Taticamente tem sido mais fácil trabalhar com mulheres porque o jogo é mais lento. Mas tecnicamente é mais fácil com os homens. Eles são mais rápidos, mais fortes, saltam mais", completou.
Uma das jogadoras afetadas pelo novo trabalho é Fabiana. A meio, 19 anos e 1,94 m, ocupa agora a sexta colocação no ranking de bloqueadoras, com 23,32%. Antes das quartas-de-final, nenhuma atleta da equipe mineira figurava na lista. "Estamos treinando mais, trabalhando com velocidade, fazendo novas marcações. Não foi fácil se adaptar, mas, com tranqüilidade, estamos conseguindo resultados", declarou Fabiana.
O técnico do Minas teve mais tempo para preparar a equipe para o duelo de hoje. O time eliminou o Pinheiros por 3 a 1 nas semifinais e ficou treinando enquanto Osasco e Rexona definiam a série em melhor de cinco.
A falta de tempo para descanso e estudo do adversário é a maior preocupação de Zé Roberto. Suas jogadoras tiveram apenas dois dias para tentar decifrar como o auxiliar de Bernardinho transformou o jogo do Minas.

NA TV - Sportv, ao vivo, a partir das 18h30


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