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VÔLEI
As vagas e a mordaça
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
Está tudo definido: Japão,
Coréia do Sul, Rússia e Itália
ficaram com as últimas quatro
vagas do feminino de vôlei da
Olimpíada. A disputa acabou ontem no Japão e mostrou que russas e italianas não estão com a
bola toda. Na classificação geral,
ficaram atrás das asiáticas.
Embora estivessem inscritas entre as 18 jogadoras, as atacantes
Artamonova e Godina, mais a levantadora Vassilevskaia, destaques do time russo, não disputaram o Pré-olímpico. Será que elas
jogarão em Atenas? O certo é que
no Japão quem segurou a onda
foi a gigante Gamova, de 2,04 m.
O que se viu foi uma Rússia com
um jogo muito quadrado, concentrado em bolas altas e derrotada pela Coréia do Sul e a Itália. As
principais jogadoras, ausentes da
seleção, fazem falta. Se continuar
assim, melhor para Brasil e China, que passam a ser os dois grandes favoritos ao ouro olímpico.
A cada torneio, a Itália deixa a
mesma questão: como conseguiu
ser campeã mundial em 2002?
Depois desse título, não ganhou
mais nada. No Pré-Olímpico, perdeu do Japão e da Coréia do Sul.
A sua façanha foi vencer a Rússia,
mas acabou em quarto lugar. Ou
seja, ficou com a última vaga.
A surpresa mesmo foram as japonesas: tiveram a melhor campanha. Sofreram apenas uma
derrota em sete jogos. Foi na última rodada, para a Rússia.
A classificação para Atenas foi
um alívio. Há quatro anos, o Japão viveu um pesadelo: não foi a
Sydney e, pela primeira vez, ficou
fora de uma Olimpíada.
Com tradição, mas com um time fora do grupo da elite mundial, o Japão vai a Atenas sem
chances de lutar por uma medalha. O certo é que a próxima
Olimpíada promete muito equilíbrio no vôlei, já que terá a participação de muitas seleções intermediárias com bom nível técnico.
Para quem quer refrescar a memória, vale lembrar que, além
dos quatro países que garantiram
vaga ontem, já estavam classificados China, Brasil, EUA, Alemanha, Grécia, Cuba, República Dominicana e Quênia. A batalha deverá ser entre Brasil, China, EUA
e Rússia, se for reforçada.
Sábado tem início o Pré-Olímpico masculino, no Japão. São oito
seleções: Argélia, Canadá, França, Coréia do Sul, China, Austrália, Irã e Japão. O campeão e o time asiático mais bem classificado, já que não houve seletiva
olímpica naquele continente, ficam com as vagas. Franceses e japoneses são os favoritos.
Fora das quadras, o espanto é a
"lei da mordaça" imposta pela
Federação Internacional de Vôlei
(FIVB). O presidente, Rubén
Acosta, há 20 anos no cargo, proibiu críticas públicas à FIVB e às
suas decisões. As confederações
nacionais também não podem se
opor legalmente à entidade. Ou
seja, Acosta tem plenos poderes. A
liberdade de expressão e a democracia estão bem longe do esporte.
Vale lembrar que Acosta está
sendo investigado pela Justiça da
Suíça e pelo Comitê Olímpico Internacional por uso ilegal de verbas dos direitos de transmissões
de jogos de vôlei. Uau!
Italiano 1
O Sisley Treviso, do gigante russo Dineikine e do atacante italiano
Papi, está em festa. Está comemorando o sétimo título italiano nos
últimos dez anos. Nesta temporada, foi bem mais fácil que o esperado. Na fase final, a equipe derrotou três vezes seguidas o Piacenza, do
técnico Julio Velasco e cujo destaque é o cubano Leonel Marshall.
Italiano 2
O Valentia, dos brasileiros Axé e William, levou a melhor sobre o
Bolzano, do atacante Marcelo Negrão, na luta por uma vaga de acesso à série principal do Campeonato Italiano. Na terceira e última partida entre as duas equipes, o Valentia venceu por 3 sets a 2 (23/25, 21/
25, 25/22, 25/21 e 16/14) e foi promovido. Já o Bolzano vai continuar
jogando na Série A-2.
E-mail cidasan@uol.com.br
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