São Paulo, quarta-feira, 17 de maio de 2006

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FUTEBOL

Treinador, sexto da era MSI, diz estar mais maduro na sua volta e que utilizará o diálogo para lidar com os jogadores

Sem chicote, Geninho assume Corinthians

TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Vacinado, maduro e ciente da pressão que vai enfrentar na segunda passagem pelo clube.
Em sua apresentação oficial no Corinthians, o técnico Geninho, sexta aposta de Kia Joorabchian desde que assumiu o futebol do clube, chegou falando em chavões como garra e determinação para levantar o moral do time, mas deixou claro que o seu estilo de trabalho vai ser bem light para não esbarrar na fogueira de vaidades que domina o Parque São Jorge.
"Não vou ser técnico de usar o chicote. Meu estilo não é esse. É na base do diálogo. Trabalho assim e não me lembro de problemas de indisciplina que aconteceram comigo. Aqui no Corinthians, todos vão ter direitos e deveres iguais", falou o treinador.
Preocupado em não se comprometer com os medalhões corintianos logo de cara, Geninho ficou em cima do muro ao ser abordado sobre os problemas do elenco.
Com Roger, por exemplo, saiu pela tangente ao falar do descontentamento do meia em não ser titular. "Ficaria mais preocupado se ele estivesse acomodado com a reserva. Gosto dessa insatisfação", afirmou o treinador que usou a mesma postura quando a questão passou a ser Marcelinho e Ricardinho, desafetos declarados.
"Eles são pessoas inteligentes. Terão que ceder em algumas coisas. Isso é normal", afirmou.
O fato de ter seu nome contestado por boa parte dos conselheiros do clube também não abalou o novo treinador.
"Sei que não sou uma unanimidade, mas tenho um bom relacionamento com o presidente Alberto Dualib, que me convidou para vir", disse Geninho.
Em relação ao time, o novo comandante anunciou mudanças. E a primeira delas é arrumar a defesa. Adepto do esquema 3-5-2, Geninho disse que deve optar por três zagueiros, ou três marcadores, para sanar a maior deficiência da equipe. "Tenho um time que sempre faz gols. Se conseguir evitá-los, vai ser um grande passo."
Após se dizer mais maduro nesta sua segunda passagem, Geninho vê o elenco de agora em melhores condições do que em 2003.
"É um time melhor, mas entrosado. Temos é que parar com algumas coisas. Esquecer a eliminação para o River Plate [em 2003 Geninho também caiu diante dos argentinos no torneio sul-americano] voltar a vencer no Brasileiro e buscar uma nova chance na Libertadores no ano que vem."
O técnico falou que vai conversar com o grupo e mostrou a realidade que espera os seus jogadores daqui para frente.
"A Libertadores é a vedete do torcedor corintiano. A equipe não pode ter medo de jogar. Quando as vitórias começarem a acontecer, a torcida vai jogar junto", comentou o treinador.
Geninho anunciou também a reintegração de Betão e Coelho. Sobre o relatório entregue por Ademar Braga, que volta a trabalhar como auxiliar, as conclusões já estão sendo tiradas.
"Claro que ajuda. O Ademar conhece todo mundo. Mas gosto de ver e sentir as coisas", afirmou Geninho dando idéia de que o seu poder de observação é que vai determinar o futuro dos jogadores.
Sobre reforços, e a possibilidade de perder jogadores importantes depois da Copa, como o astro argentino Tevez, Geninho pediu tempo. "Acabei de chegar e não estou sabendo de nada", falou o treinador corintiano.


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