São Paulo, sábado, 17 de maio de 2008

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Especialistas divergem sobre uso da prótese

DA REPORTAGEM LOCAL

Durante um ano, Oscar Pistorius foi o pivô de um intenso debate sobre os limites do uso da tecnologia no esporte de alto rendimento.
No meio do ano passado, a Iaaf (entidade que controla o atletismo) permitiu que Pistorius competisse contra atletas sem deficiência.
Logo depois, porém, encomendou um estudo sobre as próteses em formato de "J", conhecida como Cheetah (leopardo, em inglês). Em novembro, Pistorius foi submetido a testes em Colônia, sob a supervisão de Peter Brueggemann, da Universidade Alemã do Esporte.
O cientista concluiu que a vantagem mecânica da lâmina protética em relação ao tornozelo sadio é superior a 30%. Além disso, indicou que o sul-africano é capaz de correr na mesma velocidade que atletas sem deficiência usando 25% a menos de energia.
Com base nesse estudo, no qual a Iaaf despendeu US$ 50 mil, a entidade decidiu que as próteses Cheetah representavam uma "clara contravenção" às regras e impediu que Pistorius as usasse para obter índice.
Os advogados de Pistorius utilizaram em sua defesa um estudo independente, conduzido por Hugh M. Herr, professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, segundo o qual Pistorius não tem vantagem.
Ontem, a Corte Arbitral do Esporte decidiu a favor de Pistorius por falta de provas suficientes que garantissem a vantagem do sul-africano.
Segundo Jairo Blumenthal, especialista em próteses e representante na América Latina da Össur, fabricante da Cheetah, a prótese ainda traz desvantagens significativas ao competidor.
"O estudo da Iaaf não levou em conta que o Oscar não tem propriocepção nos pés. Ou seja, ele não tem a capacidade de reconhecer a localização espacial de seus pés", disse Blumenthal.
Destacou que a prótese existe no mercado há dois anos e que, só agora, um atleta obteve resultados significativos. No Brasil, a prótese custa em torno de R$ 15 mil.


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