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TÊNIS
Brasileiro faz 3 sets a 0 em Patrick Rafter; para o jogador australiano, seu oponente "sempre esteve no comando" "
Kuerten perde só um set em torneio
da Reportagem Local
Com a vitória de ontem, por 3
sets a 0 (6/4, 7/5, 7/6), sobre o australiano Patrick Rafter, Gustavo
Kuerten encerrou com brilho sua
participação no torneio de Roma.
Em seis jogos, disputou 14 sets e
perdeu apenas 1 -para Karol Kucera, nas quartas-de-final.
Ontem se encontraram dois jogadores de estilos distintos: o brasileiro, forjado no jogo de fundo de
quadra, e o australiano, adepto do
estilo saque e voleio.
A partida começou já com uma
quebra no saque de Rafter. Em seguida, Kuerten confirmou seu serviço. Voltaria a derrubar o serviço
do australiano no quinto game e,
após poucos minutos, já vencia
por 5 games a 1.
Rafter, então, reagiu e se aproximou no placar (5 a 4), confirmando dois saques e quebrando um de
Kuerten (no oitavo game). Não teve, porém, como impedir a vitória
do brasileiro, que confirmou seu
serviço no décimo game: 6 a 4.
No segundo set, o jogo seguiu
equilibrado até 5 a 5, com cada um
dos tenistas quebrando uma vez o
saque do oponente. Prevaleciam as
boas devoluções de saque de Kuerten. Rafter respondia avançado à
rede em todas as oportunidades
que sacava. O brasileiro bateria o
saque do adversário no 11º game.
Com 6 a 5 a seu favor, manteve seu
serviço. Final: 7 a 5.
Rafter disse que sua oportunidade de reverter a partida acontecera
nesse set e ele não soube aproveitá-la: "Tive ótima ocasião de mudar o
jogo ali, mas não consegui. Kuerten estava sacando muito bem e a
devolução era difícil".
O saque foi fundamental para a
vitória do brasileiro, como ele próprio afirmou: "Sei que saco bem, o
que faz com que o oponente não
tenha muitas oportunidades de
quebrar meu serviço, algo importantíssimo contra alguém como
Rafter. Isso fez com que ele ficasse
pressionado quando sacava".
O terceiro e último set foi o mais
disputado, tendo ambos os tenistas confirmado todos os seus saques. Foi, também, o set em que
Kuerten esteve mais seguro em
seus serviços, perdendo apenas
três pontos quando sacava.
O tie-break também foi equilibrado, até o 13º ponto, quando
uma resposta agressiva do brasileiro ao saque de Rafter forçou-o a rebater uma bola na rede.
Com isso, Kuerten teve a chance
de fechar a partida no próprio saque, vencendo por 8 a 6 a disputa
de desempate do terceiro set.
Durante o jogo, o brasileiro conseguiu oito aces (saques indefensáveis) contra quatro do adversário.
Além disso, não cometeu nenhuma dupla falta (erro seguido nos
dois saques a que cada jogador tem
direito em cada ponto), enquanto
Rafter fez uma em cada set.
O único critério técnico em que o
australiano teve vantagem foi no
de acerto do primeiro serviço: Rafter sacou corretamente já na primeira oportunidade em 68% das
vezes, contra 58% de Kuerten.
Mas só teve 4 oportunidades de
quebrar o serviço do brasileiro:
aproveitou 2. Para o catarinense
foram 16 as chances de bater o de
Rafter: teve sucesso em 4.
Quase número um
Se houvesse ganhado o jogo, Rafter teria se tornado número um no
ranking dos tenistas profissionais.
Seria o segundo australiano a alcançar o feito desde que o ranking
foi instituído em 73 -John Newcombe o fizera ainda nos anos 70.
Apesar disso, para ele, tal fato
não atrapalhou sua performance:
"Não estava nervoso por ter a
chance de ser o número um. Simplesmente não fiz um bom jogo".
De acordo com Rafter, o brasileiro teve o controle do confronto durante todo o tempo: "Parecia sempre que era eu que precisava lutar.
Tentei me posicionar atrás, mas
não adiantou. Ele sempre estava
no comando das ações".
Ainda assim, Rafter, bicampeão
do Aberto dos EUA, mas que neste
ano tinha como melhor campanha
a terceira rodada do Aberto da
Austrália, acredita que teve uma
excelente atuação em Roma.
"Vim do nada para atingir a final
de um torneio do Super 9 no saibro. Estou muito, muito feliz."
Foi a segunda vez em sua carreira
que o australiano, especialista em
quadras rápidas, atingiu a final de
um torneio no saibro.
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