Itália e França, atuais campeã e vice do mundo, podem sair da Euro hoje em caso de sucesso romeno

Resultado do clássico em Zurique de nada adiantará se, em Berna, a Romênia passar pela líder Holanda no fim do "grupo da morte"

DA REPORTAGEM LOCAL

O grande clássico da Eurocopa-08 tem cheiro de fracasso. Campeã e vice da última Copa do Mundo, Itália e França duelam hoje, em Zurique, torcendo por um algoz em comum.
A Holanda, que arrasou italianos (3 a 0) e franceses (4 a 1) dentro daquele que é chamado de "grupo da morte" do interseleções europeu, precisa segurar os romenos, em Berna, para que um dos finalistas do Mundial da Alemanha tenha chance de avançar às quartas-de-final.
O problema, para ambos, é que, já garantida como primeira do grupo com seis pontos, a equipe do técnico Van Basten deverá poupar alguns titulares.
"Levo em conta certos parâmetros, como cansaço, ameaça de suspensões por cartões amarelos. E, pensando nisso, escalarei a melhor equipe possível", disse o treinador holandês.
Não que um possível time misto holandês, com figuras como Robben e Van Persie, vá facilitar muito as coisas para a Romênia, que tem dois pontos no Grupo C -um a mais do que os rivais da "lanterna".
Em contrapartida, os romenos somaram mais pontos que os holandeses na fase classificatória da Euro (29 a 26). Nos confrontos diretos, empataram sem gols na casa do rival, e venceram na sua por 1 a 0.
"É um momento especial para a Romênia. Teremos 90 minutos para fazer história", disse o zagueiro e capitão Chivu.
História que não é a mesma desejada por dois treinadores. Pressionados pelas campanhas pífias, Raymond Domenech e Roberto Donadoni podem se tornar vilões nacionais.
Sinal do incômodo causado pela situação, o francês abandonou a entrevista coletiva de ontem ao ser indagado se tinha a sensação de que hoje poderia ser sua última partida como técnico da equipe -seu contrato com a seleção vai até 2010.
"Temos poucas possibilidades, mas devemos ganhar da Itália", falou, sobre as chances de classificação. Mais uma vez, ele não poderá contar com o lesionado volante Vieira.
Do outro lado, Donadoni aposta no discurso emocionado para suavizar a nítida falta de padrão tático de sua equipe.
"Estamos preparados. É a última partida da primeira fase, conhecemos o desafio e vamos deixar a alma e todas as nossas forças porque é um jogo-chave", falou o comandante.
Depois de apostar no retorno do veterano atacante Del Piero, 33, que fracassou no empate contra os romenos, hoje ele poderá barrar o meio-campista Pirlo e entrar com Ambrosini.
Apesar de ter vencido os franceses na final da Copa de 2006 nos pênaltis, os italianos esbarram no retrospecto negativo no clássico. Desde os 2 a 1 do Mundial de 1978 que a Azzurra não supera os Bleus sem ser nas penalidades máximas.
"Temos que fazer a partida da nossa vida", sentenciou o goleiro Buffon. Pode não ser o suficiente, se os romenos também fizerem a deles.