São Paulo, quinta-feira, 17 de junho de 2010

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Kaká joga mal

Meia tem maior quilometragem com bola no pé nesta Copa, mas domínio em campo não resulta, na estreia, em perigo ao gol adversário

EDUARDO ARRUDA
MARTÍN FERNANDEZ
PAULO COBOS
SÉRGIO RANGEL

ENVIADOS ESPECIAIS A JOHANNESBURGO

Mais do que o corpo, é a bola a maior inimiga de Kaká no começo da Copa-2010.
A rodada inicial do torneio, iniciada ontem, colocou o brasileiro como o jogador de todo o Mundial que mais tempo correu com a Jabulani no pé proporcionalmente. Mas de forma inútil.
É o que mostra o software da Fifa que calcula as distâncias percorridas pelos jogadores em campo e quanto tempo eles fazem isso tendo a posse de bola.
Dos quase 400 atletas que já entraram em campo, Kaká tem a maior metragem por minuto (ele ficou em campo por 78 minutos contra a Coreia do Norte) com a bola no pé. Segundo a Fifa, foram 67,6 metros a cada 60 segundos com a bola dominada.
Os outros grandes astros do Mundial ficaram muito longe disso. Messi, por exemplo, caminhou ou correu pelo campo 47,4 metros por minuto com a bola dominada. No caso do português Cristiano Ronaldo, essa marca ficou em 52,1 metros.
Os dados mostram que, como o próprio jogador diz, a contusão que arruinou sua primeira temporada no Real Madrid não é mais problema. Mas também que é a parte técnica o grande desafio do camisa 10 da seleção.

DOMÍNIO INEFICAZ
Mesmo tendo a bola no pé por todo o tempo, praticamente nada produziu diante dos frágeis norte-coreanos.
Ele chutou só uma vez a gol. Não deu assistência. Foi incapaz até de completar um passe dentro da área asiática.
Kaká se esbaldou nos quase sempre inúteis passes curtos no meio-campo.
De acordo com a Fifa, nada menos do que 39% de seus passes foram de poucos metros. Até o volante Felipe Melo foi mais ousado -marca de 17% nesse quesito.
Mesmo depois dessa fraca atuação, Kaká viu motivos para comemorar. "Tenho muita coisa para melhorar, mas gostei do meu rendimento na estreia."
Pessoas que trabalham com o meia-atacante dizem que só a partir das oitavas de final ele estará novamente em condições de apresentar o futebol que já lhe garantiu o prêmio de melhor jogador do mundo segundo a Fifa.
No domingo, contra a Costa do Marfim, espera um jogo mais físico. "Eles chegam duro, mas não são desleais", declarou anteontem, no Ellis Park, palco da partida contra os norte-coreanos.


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