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Kaká joga mal
Meia tem maior quilometragem com bola no pé nesta Copa, mas domínio em campo não resulta, na estreia, em perigo ao gol adversário
EDUARDO ARRUDA
MARTÍN FERNANDEZ
PAULO COBOS
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A JOHANNESBURGO
Mais do que o corpo, é a
bola a maior inimiga de Kaká
no começo da Copa-2010.
A rodada inicial do torneio, iniciada ontem, colocou o brasileiro como o jogador de todo o Mundial que
mais tempo correu com a Jabulani no pé proporcionalmente. Mas de forma inútil.
É o que mostra o software
da Fifa que calcula as distâncias percorridas pelos jogadores em campo e quanto
tempo eles fazem isso tendo
a posse de bola.
Dos quase 400 atletas que
já entraram em campo, Kaká
tem a maior metragem por
minuto (ele ficou em campo
por 78 minutos contra a Coreia do Norte) com a bola no
pé. Segundo a Fifa, foram
67,6 metros a cada 60 segundos com a bola dominada.
Os outros grandes astros
do Mundial ficaram muito
longe disso. Messi, por exemplo, caminhou ou correu pelo campo 47,4 metros por minuto com a bola dominada.
No caso do português Cristiano Ronaldo, essa marca ficou
em 52,1 metros.
Os dados mostram que, como o próprio jogador diz, a
contusão que arruinou sua
primeira temporada no Real
Madrid não é mais problema.
Mas também que é a parte
técnica o grande desafio do
camisa 10 da seleção.
DOMÍNIO INEFICAZ
Mesmo tendo a bola no pé
por todo o tempo, praticamente nada produziu diante
dos frágeis norte-coreanos.
Ele chutou só uma vez a
gol. Não deu assistência. Foi
incapaz até de completar um
passe dentro da área asiática.
Kaká se esbaldou nos quase sempre inúteis passes curtos no meio-campo.
De acordo com a Fifa, nada
menos do que 39% de seus
passes foram de poucos metros. Até o volante Felipe Melo foi mais ousado -marca
de 17% nesse quesito.
Mesmo depois dessa fraca
atuação, Kaká viu motivos
para comemorar. "Tenho
muita coisa para melhorar,
mas gostei do meu rendimento na estreia."
Pessoas que trabalham
com o meia-atacante dizem
que só a partir das oitavas de
final ele estará novamente
em condições de apresentar
o futebol que já lhe garantiu
o prêmio de melhor jogador
do mundo segundo a Fifa.
No domingo, contra a Costa do Marfim, espera um jogo
mais físico. "Eles chegam duro, mas não são desleais",
declarou anteontem, no Ellis
Park, palco da partida contra
os norte-coreanos.
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