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Em pedaços, França tenta vencer a 1ª
Seleção encara o México em meio à série de problemas internos no time
DE SÃO PAULO
Dunga é um técnico em xeque, mas ao menos tem o
grupo nas mãos. Raymond
Domenech é tão criticado
quanto o brasileiro, só que já
perdeu faz tempo o controle
sobre a seleção francesa.
O que se verá hoje, às
15h30, quando os Bleus entrarem em campo para enfrentar o México, é um elenco
que busca na África interesses individuais. Não existe a
"família Domenech".
Em pouco mais de uma semana desde que chegou ao
país do Mundial, a mídia
francesa levantou pelo menos três problemas de relacionamento envolvendo o
treinador e alguns jogadores.
O mais palpitante surgiu
na estreia -empate sem gols
com o Uruguai. O atacante
Malouda, do Chelsea, foi sacado do time após ter sido titular nos amistosos preparatórios para a competição.
Veio à tona que, na véspera, houve uma discussão em
alto e bom som entre o atleta
e Domenech durante o treino. Desde então, Malouda
tenta minimizar a questão.
"Eu cometi duas faltas durante o treino, e ele elevou
um pouco a voz. Foi só isso",
disse o atleta, para em seguida admitir: "Sim, eu fiquei
surpreso, esperava jogar.
Mas não é a primeira vez".
No lugar de Malouda, jogou Diaby, reforçando o rumor de que há uma divisão
no grupo. Parte da equipe, liderada pelo lateral esquerdo
Evra e pelo zagueiro Gallas, é
a favor de Diaby e do centroavante Anelka como titulares.
Já a torcida quer Thierry
Henry, que não fez boa temporada pelo Barcelona e entrou no duelo inicial da Copa
apenas na etapa final.
Outra especulação é que o
meia Gourcuff vem sendo ignorado por alguns jogadores, como Anelka e Ribéry,
que se teriam recusado a passar a bola em diversas oportunidades ante os uruguaios.
Em entrevista ao jornal
francês "L'Équipe", Evra
confirmou o isolamento do
"companheiro". "Nunca ouço sua voz. Para conversar
com Gourcuff, você precisa
falar com Toulalan [meia do
Lyon]. Só o vejo dar risadas
com ele", afirmou o lateral.
O verdadeiro divã público
no qual se transformou a seleção campeã mundial de
1998 irritou justamente o
maior ídolo daquela geração.
O ex-meia Zidane, figura onipresente na África, disparou
contra treinador e jogadores.
"Ele não é um técnico.
Montou uma seleção, escolheu os atletas, mas um treinador precisa dar ordens",
falou, sobre Domenech. "Devem deixar o ego de lado e jogar em equipe", completou,
agora a respeito do time.
Até o técnico de 1998, Aimé Jacquet, deu seu pitaco
ao colocar Brasil e Espanha
como favoritos ao título
mundial -e ignorar solenemente a seleção de seu país.
Dizem que nem toda equipe campeã precisa, necessariamente, ser unida. A França parece querer comprovar
essa máxima na Copa do
Mundo.
(RENAN CACIOLI)
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