|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Agente da Fifa reprova segurança
Chris Eaton, conselheiro para a área, define como "um horror" a rede de proteção do Mundial
DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO
O simpático homem de bigode, gravata estampada e
sorriso à mostra só fecha a
cara quando questionado sobre o sistema de segurança
montado para esta Copa do
Mundo na África do Sul.
"É horrível", sentencia
Chris Eaton, conselheiro de
segurança da Fifa, que está
em Johannesburgo.
O australiano diz que há
um grave erro na operação
montada para fazer a proteção aos estádios do Mundial.
"O que acontece aqui é absurdo, porque há um evidente conflito entre seguranças
particulares e a polícia [local]", afirmou Eaton, também agente da Interpol.
"Isso porque aqui eles dão
armas para os seguranças.
Não se pode fazer isso. É um
erro. Isso dá a eles o direito
de se sentirem autoridades
como os policiais", analisou
o conselheiro da Fifa.
Foi a própria entidade internacional que obrigou o
Comitê Organizador Local da
África do Sul a contratar empresas privadas de segurança para a Copa-2010.
Essa é uma prática comum
nos últimos Mundiais. Guardas de empresas particulares
fazem a segurança nas concentrações das seleções e
também no acesso e no interior dos estádios, mas jamais
portando armas, como ocorre no país da Copa.
"Um outro problema é que
essa série de greves por conta
de salários torna a situação
ainda mais tensa e desorganizada", afirmou Eaton, que
defende a ampliação do controle da polícia no país.
Um acordo está sendo negociado para que a polícia da
África do Sul passe a controlar a segurança de quase todos os estádios do Mundial-
-2010. Ontem, a Fifa e o comitê local repassaram a responsabilidade pela proteção da
Copa para a polícia local.
"Mas tenho de ressaltar
que, apesar dos problemas, o
trabalho da polícia na África
tem sido muito bom", declarou o agente da Interpol.
PROTESTOS
Anteontem, no jogo em
que o Brasil derrotou a Coreia
do Norte por 2 a 1 pelo Grupo
G, seguranças privados voltaram a protagonizar protestos em estádios da Copa.
Na ocasião, cerca de 500
funcionários da empresa Stallion estiveram do lado de fora da arena para reclamar
dos baixos salários.
Eles alegavam que estariam recebendo somente
R$ 50, enquanto o valor prometido teria sido de R$ 125.
Eles se recusaram a fazer a
segurança interna no estádio
Ellis Park. O mesmo ocorreu
nas arenas de Durban, da Cidade do Cabo e de Port Elizabeth -os dois primeiros controlados pela Stallion.
Em Durban, pelo menos
duas pessoas acabaram feridas após confronto entre policiais e seguranças no último domingo.
Sobre a Copa-14, Eaton,
que será um dos responsáveis pelo esquema que será
montado no Brasil, diz estar
otimista. "Acho que será
mais fácil do que aqui. O Brasil tem tudo para fazer um
Mundial com sucesso nessa
área", afirmou.
(EDUARDO ARRUDA, MARTÍN FERNANDEZ, PAULO
COBOS E SÉRGIO RANGEL)
Texto Anterior: Grupo B: Grécia e Nigéria buscam primeiros pontos e resgate de identidades Próximo Texto: Comitê transfere responsabilidade à polícia Índice
|