São Paulo, Quinta-feira, 17 de Junho de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Palmeiras conquista a Libertadores pela primeira vez e vai a Tóquio


De forma dramática, brasileiros viram nos pênaltis e vencem por 4 a 3



Milhares sem ingressos tentam invasão e são reprimidos pela polícia


Alex Ribeiro/Folha Imagem
Torcida palmeirense comemora no estádio Parque Antarctica o primeiro título do clube na Taça Libertadores da América, ontem, ao derrotar nos pênaltis o Deportivo Cali, da Colômbia


da Reportagem Local

Na cobrança de pênaltis, o Palmeiras tornou-se nesta madrugada pela primeira vez em sua história campeão da Taça Libertadores da América, título sinônimo de melhor time do continente.
Os brasileiros derrotaram o Deportivo Cali por 4 a 3 nos pênaltis, depois de uma vitória por 2 a 1, que apenas equilibrou a vantagem dos colombianos, que haviam vencidos por 1 a 0, na primeira partida.
Com o título, o Palmeiras ganhou o direito de disputar o Mundial interclubes contra o Manchester United, da Inglaterra, no dia 30 de novembro, em Tóquio.
O Palmeiras deve também disputar o Mundial de Clubes, organizado pela Fifa. Não está certo se joga o primeiro Mundial, em janeiro de 2000, ou o segundo, em 2001.
A conquista, que torna o Palmeiras o sétimo clube brasileiro a vencer a Libertadores -é o terceiro título consecutivo do país, fato inédito-, foi dramática.
No primeiro tempo, o Palmeiras pressionou, mas deu espaço aos colombianos. O primeiro gol saiu só aos 20min do segundo tempo, marcado pelo reserva Evair, artilheiro do time na década (108 gols), cobrando pênalti.
Aos 25min, Júnior Baiano também cometeu pênalti, e Zapata empatou. Mas, aos 31min, Oséas, completou um cruzamento rasteiro e fez 2 a 1. Mas foi só.
A vitória na Libertadores coroa a parceria Palmeiras-Parmalat e especialmente a gestão do técnico Luiz Felipe Scolari, especialista em competições mata-mata que foi contratado há dois anos para trazer essa taça para o clube.
No meio do caminho, Scolari levou o time a duas outras conquistas inéditas, da Copa do Brasil e da Copa Mercosul, ambas em 1998.
Nesta temporada, conduziu o time a duas finais -a outra é a do Paulista, que será definida no domingo, contra o Corinthians- e à semifinal da Copa do Brasil, no meio de uma maratona de jogos.
A partida foi marcada pela desorganização. Primeiro, houve tumultos, devido à falta de ingressos, e, segundo testemunhas, bilhetes falsos vendidos nas bilheterias.
Cerca de 2.000 torcedores, segundo a PM, forçaram a entrada no estádio. A polícia interveio com golpes de cassetetes e bombas de gás lacrimogêneo -30 homens da corporação ficaram feridos.
Na arquibancada, um torcedor sofreu um infarto e, a caminho do hospital, acabou morrendo.
Após a cobrança de pênaltis, em que os colombianos estiveram vencendo por 3 a 2, o atacante Paulo Nunes correu com uma máscara de japonês, em alusão ao jogo de Tóquio. O goleiro Marcos, mesmo sem grandes defesas, foi eleito o melhor jogador do torneio pelos organizadores.


Texto Anterior: Vôlei: Kid desfalca Brasil contra os canadenses
Próximo Texto: Marcos é o melhor do torneio
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.