São Paulo, terça-feira, 17 de julho de 2001

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Misticismo segue a equipe em Copas

DA REPORTAGEM LOCAL

A trajetória da seleção brasileira nas Copas do Mundo está envolta em misticismo.
Vitórias épicas e tragédias são ligadas à sorte ou ao azar.
Em 1950, no fracasso mais retumbante do time, a "falta de sorte" foi verificada já no ônibus. O veículo que levou a seleção ao Maracanã para a final da Copa com o Uruguai quebrou. Os atletas, que até empurraram o ônibus, viram no episódio um mau sinal.
Curiosamente, no primeiro dia de trabalho do técnico Luiz Felipe Scolari com os jogadores da seleção, o ônibus que levava os atletas para a Granja Comary quebrou.
Para apagar um pouco a imagem da derrota de 50, a seleção estreou em 1954 sua camisa amarela. Mesmo assim, o time não aguentou a força da Hungria. E, em 1958, venceu a final de azul.
Paulo Machado de Carvalho e Mário Américo teriam ajudado a equipe com suas superstições em 1958 e 62. Desde a vitória de 3 a 0 sobre a Áustria na estréia da Copa da Suécia, o dirigente usou sempre nos jogos um terno marrom. Já o folclórico massagista fez questão de levar para a Suécia e para o Chile o mesmo sobretudo.
Outro símbolo da sorte foi o comandante Bugner. Paulo Machado de Carvalho exigiu que o piloto, que havia levado o time até a Suécia em 58, também levasse a delegação para o Chile em 62. O Brasil foi bicampeão assim.
Em 1970, o pé-quente Zagallo estreou como técnico em Copas. Adepto do número 13, o treinador viu seu time ser consagrado como a equipe dos camisas de número dez: Pelé (do Santos), Gérson (do São Paulo), Tostão (do Cruzeiro), Jairzinho (do Botafogo) e Rivellino (do Corinthians).
Em 1982, o árbitro Abraham Klein, que tinha apitado Brasil 1x0 Inglaterra na Copa-70 e Brasil 2x1 Itália na Copa-78, deu azar. Apitou Brasil 2x3 Itália. O lateral Júnior, que gravou um samba especial para o Mundial, não deixou Rossi impedido no terceiro gol italiano e ruiu como sambista.
Em 86, foram símbolos de mau agouro o técnico Telê Santana, que perdeu sua segunda Copa, o goleiro Carlos, que levou gol incrível na disputa de pênaltis com a França, e Arakem, personagem que foi símbolo da torcida do país no Mundial do México. (RBU)


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