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São Paulo, domingo, 17 de agosto de 2003

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Anfitrião coleciona recorde e vexames

DA REPORTAGEM LOCAL

No mesmo Pan em que assistiu a sua melhor performance na história (dez ouros, 12 pratas e 19 bronzes até a noite de ontem), a anfitriã República Dominicana também colecionou uma série de vexames históricos.
Obrigados, por força do regulamento da Odepa, a marcar presença em todos os esportes, os dominicanos tiveram que improvisar no caso de modalidades pouco praticadas na ilha caribenha. A delegação local, de 549 atletas, só foi menor que a dos EUA.
O caso mais gritante foi no hóquei sobre grama, esporte quase desconhecido no país. A seleção masculina, formada há dois anos, foi montada com jogadores selecionados no futebol e no beisebol.
Em maio, os dominicanos contrataram o técnico Miguel Mac Cormik para dirigir sua equipe. Renomado na Argentina, ele não conseguiu fazer milagres.
O time ficou em último lugar no Pan, após levar goleadas sucessivas de Argentina (30 a 0), Chile (25 a 0), EUA (23 a 0), Trinidad e Tobago (22 a 0) e Barbados (7 a 0).
A seleção feminina, constituída há menos tempo -quatro meses-, não foi muito melhor. Em sua estréia, contra o Chile, uma seleção mediana das Américas, o time da casa apenas se preocupava em correr atrás da bola. A equipe não conseguia dar dois passes certos seguidos. No final, perdeu por 20 a 0. Era a primeira partida de hóquei disputada pelas atletas.
O desastre acabou com uma derrota de 7 a 0 para a frágil Jamaica. Última colocada, a seleção não fez nenhum gol no torneio.
Na ginástica artística masculina, o time dominicano conseguiu um total de 180,975 pontos. O Canadá, penúltimo colocado no torneio, ficou 25,650 pontos à frente.
A vergonha se repetiu na ginástica rítmica desportiva, modalidade em que o time da casa invariavelmente ocupou o lugar mais baixo da tabela. Na prova de arco e bola por equipes, por exemplo, o anfitrião fez 8,950 pontos, quase a metade dos obtidos pela Venezuela, a penúltima colocada.
Na emocionante chegada do skiff quádruplo, no remo, a diferença entre Cuba, o país campeão, e os EUA, que ficaram em quarto, foi de apenas 2s56. O barco que destoou na disputa foi exatamente o da República Dominicana, que chegou em último, quase um minuto atrás dos americanos.
No basquete feminino, as anfitriãs não foram páreo para as potências regionais. Mesmo com um time B, os EUA venceram as dominicanas por 109 a 54. O Brasil não ficou atrás e marcou 104 a 44, uma diferença de 60 pontos, bastante incomum nas quadras.
Apesar disso tudo, ter organizado o Pan rendeu à República Dominicana performance recorde.
A previsão das confederações locais era ganhar um ouro, sete pratas e 28 bronzes. Antes de Santo Domingo, o país havia acumulado só três ouros em toda a sua história. Nem o mais otimista dos dominicanos acreditaria que essa coleção chegaria a dez. (ALF)


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