São Paulo, quinta-feira, 17 de agosto de 2006

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Peças-chave falham, e São Paulo perde América

Marcelo Sayão/Efe
Tinga repete gesto com o qual festejou seu gol diante de Horacio Elizondo após ter sido expulso


Time paulista domina jogo, mas Rogério e Lugano cometem erros decisivos

DOS ENVIADOS A PORTO ALEGRE

Na decisão da Libertadores, os pilares do time são-paulino falharam, o que levou o Internacional ao título. No primeiro jogo, no Morumbi, Josué foi expulso ao dar cotovelada. Na segunda partida, ontem, no Beira-Rio, Rogério e Lugano erraram em lances capitais.
Enquanto isso, os jogadores-chave do time gaúcho, Rafael Sobis, na semana passada, e Fernandão, ontem, tiveram atuações decisivas.
"Sei que, se sair, saio com o meu papel cumprido", afirmou Sobis, que marcou dois gols na partida de ida (2 a 1 Inter).
Sem boas atuações de seus principais jogadores, o time de Muricy Ramalho se rendeu à bem montada defesa gaúcha. Equipe que sofre poucos gols, o Inter soube acertar nas poucas conclusões que fez a gol.
Uma análise fria dos números do jogo mostraria um jogo favorável ao São Paulo. Já no início, era o time paulistano que tinha a vantagem na posse de bola e nas finalizações.
Mas, nos contra-ataques e nas bolas na área, o time de Abel Braga era mais perigoso.
No jogo de ontem, o São Paulo deu 313 passes, contra 181 do Inter. Foi mais eficiente na troca de bola: 81,5% de aproveitamento, diante de 64% do time gaúcho. E teve mais conclusões: 19 contra seis.
"Acho que foi um pouco injusto. perdemos em uns detalhes", afirmou Lugano.
Foi o próprio zagueiro que, no início, perdeu um gol dentro da pequena área, isolando a bola por cima diante de um Clemer quase imóvel, vencido.
Após outras chances, três delas desperdiçadas por Aloísio, o São Paulo sofreu um gol em falha do jogador que simbolizava sua campanha na Libertadores.
Aos 30min, em cruzamento na área, Rogério soltou uma bola fácil. Ainda tentou retomá-la, mas Fabiano Eller conseguiu desviar para Fernandão, que completou: 1 a 0. E o primeiro tempo terminou assim.
A reação são-paulina veio aos 6min da etapa final, com chute de Fabão no canto, após desvio de Lugano e falha da defesa.
Mais uma vez, o Inter contou com seus ídolos para assumir a vantagem no placar. Aos 21min, Fernandão recebeu na área. Primeiro, tentou de cabeça, e Rogério rebateu a bola, em defesa difícil. No rebote, o atacante acertou cruzamento na cabeça de Tinga, que marcou.
Em suas intervenções, Rogério teve três incompletas, ou seja, que deu rebote. Já Fernandão foi o jogador mais acionado do Inter, com 22 bolas. E deu uma assistência para gol, marcando outro. Acertou suas duas finalizações e sofreu quatro faltas. Foi eleito o melhor da final.
Apesar dos erros, o São Paulo teve chance de inverter o panorama com a expulsão de Tinga, que comemorou o segundo gol tirando a camisa e mostrando uma mensagem religiosa, o que é vetado pela Fifa. O juiz Horacio Elizondo o expulsou.
A partir daí, o São Paulo passou a ter domínio absoluto sobre o jogo, com mais posse de bola no meio-campo.
Muricy colocou em campo dois jogadores ofensivos, Thiago e Lenílson, para tentar a virada. Mas a falta de Ricardo Oliveira, cuja presença foi vetada pelo Betis, em polêmica que tomou conta da semana, pesou. Seu substituto, Aloísio, errou todas suas cinco finalizações.
O São Paulo ainda conseguiu o empate, aos 40min: Lenílson completou para o gol após rebatida bisonha de Clemer.
Vilão ali, o goleiro do Inter ainda teve tempo para virar herói. Pouco antes do fim, Alex Dias cabeceou na pequena área, e ele desviou para escanteio. (MÁRVIO DOS ANJOS E TONI ASSIS)


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