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FUTEBOL
Seleção ganha e vai à sede olímpica depois de 20 anos
Com um jogador a mais, Brasil derrota Camarões e agora vai enfrentar a Argentina por vaga na decisão
Gols de Rafael Sobis e Marcelo colocam time de Dunga nas semifinais; próximo confronto será na terça-feira, em Pequim
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A SHENYANG
O enredo foi quase todo o
mesmo, mas desta vez o ato final foi favorável ao Brasil, e a
seleção nacional de futebol vai
conhecer a sede principal de
uma Olimpíada após 20 anos.
Com dois gols na prorrogação, o time de Dunga bateu Camarões e passou às semifinais
dos Jogos de Pequim, quando
vai enfrentar, na terça-feira, a
Argentina, que eliminou a Holanda por 2 a 1 na prorrogação.
Foi um duelo muito parecido
com o das duas equipes nos Jogos de Sydney, há oito anos.
Nas duas ocasiões, os africanos
tiveram jogadores expulsos e a
partida foi para a prorrogação.
Mas ontem, ao contrário do
triunfo, na morte súbita, de Camarões na Austrália, o Brasil levou a melhor e comemorou
quase como se fosse um título.
Desde a Olimpíada de 1988,
em Seul, a seleção de futebol
dos homens não atua na sede
principal dos Jogos. Em 1992 e
2004, o time não se classificou
para a Olimpíada. Em 1996 e
2000, não chegou à fase em que
os jogos ocorriam em, respectivamente, Atlanta e Sydney.
O time não sabe há 20 anos o
que é a Vila Olímpica principal,
com milhares de atletas, refeições no bandejão e prédios com
apartamentos que abrigam diferentes modalidades.
Ontem, em Shenyang, os dois
lados, mas principalmente Camarões, abusaram da violência.
Foram 56 faltas, o que fez a bola
rolar por apenas 66 minutos
nos 120 possíveis.
"Jogo assim é que é bom. Eles
batem lá e a gente bate aqui",
disse o volante Anderson sobre
o confronto, que acabou com o
atacante Jô com um corte profundo na testa depois de um pisão de um adversário africano.
Camarões atuou com um a
menos por 69 minutos depois
que o volante Baning, que já tinha quatro faltas naquele momento, foi expulso aos 6min do
segundo tempo. Não faltaram
oportunidades para a equipe
ter outro expulso e ficar com os
mesmos nove homens com que
eliminou o Brasil de Vanderlei
Luxemburgo há oito anos.
Ontem, para piorar, o time
africano tinha só três jogadores
de linha no banco -eram quatro suspensos. E a coisa ficou
mais dramática quando, ainda
no início do jogo, o lateral Mbia
sentiu uma lesão e teve que ser
substituído, desarrumando todo o desenho tático da equipe.
Se foi verdade que teve sua
meta pouco ameaçada, o Brasil
também criava a conta-gotas.
Dunga demorou ainda para
mudar o time. Sua primeira
substituição só aconteceu aos
21min do segundo tempo,
quando Thiago Neves entrou
no lugar de Hernanes.
Nada de significativo aconteceu, e, mesmo com o jogo indo
para a prorrogação, com vários
jogadores já sem a mesma força, Dunga começou o tempo extra sem outra substituição.
Num erro do meio-campo de
Camarões, aos 11min do primeiro tempo, o pesadelo de
uma nova eliminação diante de
um africano começou a acabar
quando Rafael Sobis recebeu
lançamento longo e tocou na
saída do goleiro. O segundo gol
chegou logo depois, com conclusão desajeitada de Marcelo.
5
brasileiros levaram cartão amarelo -Camarões
teve sete, além da expulsão de Baning. Se forem
advertidos na semifinal,
Rafinha, Breno, Marcelo,
Diego e Ramires não
atuarão na decisão do ouro ou do bronze.
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