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GINÁSTICA ARTÍSTICA
"Um passo" separa Diego do título olímpico
Daiane dos Santos e Jade Barbosa também lutam por medalha hoje
BRASIL
Finais por aparelho, com brasileiros no solo e no salto. Horário: 7h
EDUARDO OHATA
ENVIADO ESPECIAL A PEQUIM
A distância entre o brasileiro
Diego Hypólito, 22, favorito no
solo na ginástica artística masculina na Olimpíada, e o ouro
pode ser medida por um passo.
Trata-se da mesma distância
que separa Daiane dos Santos,
25, também no solo, do pódio.
Diego, Daiane e Jade Barbosa
(salto) disputam hoje, a partir
das 7h, as finais por aparelhos.
Eles tentam conquistar a primeira medalha do país na ginástica em Jogos Olímpicos.
Como as notas de partida na
prova do brasileiro não são
muito elevadas e estão parelhas, o fator que definirá o vencedor será a execução limpa.
Na fase de classificação, Diego recebeu nota 15,950. Já o romeno Marian Dragulescu, mais
tradicional rival do brasileiro,
tirou 15,925. A diferença entre
um e outro: 0,025 ponto.
Como a punição por um simples passo largo, por exemplo,
vale uma dedução de 0,30, um
erro como esse hoje pode muito bem definir quem levará o
ouro e quem ficará com a prata.
Nas finais por equipe e do individual geral, a nota de Diego,
que neste ano foi submetido a
artroscopia no joelho e ficou internado por causa de dengue,
não foi igualada por ninguém.
A arbitragem foi orientada
durante reunião em Pequim a
ser o mais rigorosa possível na
Olimpíada, segundo a Folha
apurou com oficiais da Federação Internacional de Ginástica.
O pedido foi feito com maior
ênfase às avaliações no feminino, mas Renato Araújo, técnico
de Diego, detectou que entre os
homens também há mais rigor.
""Eles [os árbitros] estão descontando tudo o que é possível.
Então tem que fazer uma série
o mais limpa possível", afirma.
Um diferencial que Diego
pode usar é o ""Hypólito" (duplo twist carpado com pirueta),
movimento que tem evitado.
""Especialmente agora, um
passinho pode fazer toda a diferença", argumenta Daiane.
No caso dela, pelo que foi exibido no classificatório, a diferença entre sua quinta posição
e um lugar no pódio é pequena.
A campeã mundial em 2003
recebeu 15,275 -ela ainda foi
punida por ter pisado fora da linha. Mas suas rivais têm marcas alcançáveis. A campeã
olímpica do individual geral,
Anastasia Liukin chega à final
com 15,350. Terceira na 1ª fase,
Shawn Johnson tirou 15,425.
Ou seja, se fosse na final por
aparelhos, não tivesse sofrido a
punição e alguma das rivais tivesse dado um passo, Daiane
iria ao pódio. ""Além de evitar
erros, preciso cravar mais e
limpar a série", diz ela.
A situação de Jade, 17, parece
mais difícil, já que avançou em
sétimo e a distância para as três
primeiras é maior. Mas ela executa dois saltos de alto grau de
dificuldade. Se acertá-los, é
quase certo que vá ao pódio,
pois só duas rivais, Cheng Fei e
Un Jong-hong, exibiram saltos
de mesmo valor até hoje.
4
ginastas que disputaram as
finais do solo em 2004 estão
na luta pelo ouro em Pequim. No masculino, são os
casos de Marian Dragulescu,
prata em Atenas, e Gervasio
Deferr, quarto. No feminino,
Cheng Fei, quarta em 2004, e
Daiane dos Santos, quinta,
voltam a duelar. Na decisão
do salto, apenas Anna Pavlova esteve em Atenas.
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