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Prancheta do PVC
PAULO VINICIUS COELHO pvc@uol.com.br
Os defeitos do líder
PALMEIRAS terminou o primeiro turno
com seis vitórias
e quatro empates em seus
jogos em casa, ou 73% de
aproveitamento. Pouco para
ser campeão? Não.
Em 2007, o São Paulo de
Muricy ganhou o Brasileiro
com índice idêntico dentro do
Morumbi e terminou o primeiro turno com seis vitórias,
dois empates e duas derrotas.
Mas os números não significam segurança para uma
torcida que passou os últimos
15 anos sem o título do Brasileiro. Menos ainda quando
seu time exibe defeitos graves, como contra o Botafogo.
O Palmeiras de Muricy não
convence. E por quê? Talvez
justamente por ser não ser o
Palmeiras de Muricy.
Dos 19 jogos do primeiro
turno, o Palmeiras foi de Luxemburgo em sete, de Jorginho em outros sete e de Muricy em cinco. Na história do
Brasileirão por pontos corridos, é a primeira vez que o líder, ao final do primeiro turno, tem essa característica. O
Santos-2004 e o Corinthians-2005 chegaram à liderança na primeira metade do torneio
com mudanças de técnico,
mas com interinos menos
efetivos do que Jorginho. Um terço de torneio para cada técnico é privilégio palmeirense.
Ainda assim é impossível
deixar de lado os defeitos do
líder. Uma equipe que depende
exclusivamente da inspiração
de Diego Souza ou Cleiton
Xavier, joga pouco pelos lados
e, quando o faz, esbarra na dificuldade
de seus laterais
acertarem cruzamentos especialmente Wendel.
Uma equipe cujo técnico já
admitiu ser melhor em casa
com dois atacantes puros,
mas que em alguns casos simplesmente
não tem uma segunda
opção para o setor. Sem
Obina, contra o Botafogo,
com Robert ainda distante de
sua melhor forma física, o jeito
era escalar três volantes
protegendo Diego Souza,
Cleiton Xavier e Ortigoza.
O último time de Muricy
com três volantes, um meia e
dois atacantes foi o Inter, vice
no Brasileiro de 2005. Hoje,
Muricy diz ter um bom time e
um elenco que precisa ser fortalecido.
Tem razão.
Mas o pacote indica que o
Palmeiras não convence, enquanto
o São Paulo sobe. O
mesmo São Paulo, tricampeão
graças a três pilares: estrutura,
elenco e técnico. O
segundo turno dirá se o técnico era mesmo um dos pilares.
A MUDANÇA
Jogar com três zagueiros
não é o esporte preferido de
Mano Menezes. Mas foi o
jeito encontrado para devolver a estabilidade à equipe.
Conseguiu. E subiu na tabela. O Corinthians marcou
melhor do que o Atlético e
deu liberdade a Dentinho.
Não quer dizer que será assim até o final do ano.
ERROS E ACERTOS
Hernanes foi o melhor do
São Paulo no primeiro tempo ante o Sport, quando o time mandou no jogo e fez 1 x
0. Foi de Hernanes a jogada
para Borges, no gol de Washington. E foi Hernanes
quem vacilou no gol rival. O
que vale mais? Ver Hernanes
como o condutor do meio-campo, como em 2008.
O GRANDE RIVAL
O primeiro turno do Campeonato Brasileiro termina
com o Palmeiras líder, não campeão. Porque o Internacional venceu o Santo André no ABC paulista e pode somar
mais pontos na primeira metade do torneio, se ganhar
seus jogos atrasados contra Santos, na Vila Belmiro, e
Atlético-MG, no Beira-Rio. Porém o futebol do time gaúcho ainda não é aquele do início do ano. Ainda não permite arriscar duas vitórias nas duas partidas que restam.
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